A Unicamp é a primeira Universidade a aderir à ação denominada Virada da Consciência, que será realizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, de São Paulo, durante a Semana da Consciência Negra, comemorada em novembro. O objetivo da iniciativa é utilizar manifestações acadêmicas, artísticas, esportivas e culturais para transmitir à sociedade a importância do combate ao racismo e à intolerância. “Vamos levar às pessoas a seguinte mensagem: a diversidade nos une, nos fortalece e nos torna melhores”, afirma o fundador e reitor da Zumbi dos Palmares, professor José Vicente.
O convite para que a Unicamp participe da Virada da Consciência foi feito pelo professor José Vicente ao reitor Marcelo Knobel, em visita recente a Campinas. Além de participar da programação de São Paulo, a Universidade realizará diferentes ações no campus de Barão Geraldo, cuja organização ficará a cargo da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC). “Para nós é uma satisfação integrar esse esforço pela valorização da diversidade. Esse tipo de colaboração estreita ainda mais as relações entre a Unicamp e a Faculdade Zumbi dos Palmares”, entende Knobel.
Duas atrações já estão confirmadas para a Virada da Consciência, segundo o professor José Vicente. A Casa Natura Musical, localizada na Capital, promoverá diversos shows ao longo da Semana da Consciência, que terão como recorte o tema da igualdade como um valor importante para a sociedade brasileira. “A administração do Estádio do Pacaembu também participará desse esforço, ao promover um amistoso entre o time máster do Corinthians e uma equipe formada por artistas”, adianta o reitor da Zumbi dos Palmares, acrescentando que a ideia é fazer com que as ações ganhem capilaridade.
A Virada da Consciência, observa o professor José Vicente, faz parte de uma estratégia mais ampla que tem por meta eliminar as barreiras que os negros ainda enfrentam na sociedade brasileira. “Com muito esforço, nós conseguimos colocar cerca de um milhão de jovens negros nas universidades. Se não trabalharmos conjuntamente com o mundo corporativo, nós não vamos conseguir incluí-los no mercado de trabalho. O que vai ocorrer, nesse caso? Eles vão voltar para a situação de exclusão, o que seria um crime de lesa-pátria”, argumenta.
Para impedir que isso aconteça, foi criada a Iniciativa Empresarial pela Igualdade, que é constituída pelas 50 maiores empresas brasileiras e seus respectivos presidentes. “Nossa missão é somarmos discurso e ação com o propósito de fazer as intervenções necessárias para derrubar as barreiras ainda existentes, ainda que elas sejam inconscientes”. Além disso, finaliza do reitor da Zumbi dos Palmares, essas corporações também promoverão a Jornada da Diversidade, iniciativa que contará com debates internos com participação de funcionários e dirigentes sobre a necessidade da construção de uma sociedade mais igualitária.