Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Presidência da República, esteve na última quarta-feira (12) na Unicamp e defendeu o fortalecimento da universidade pública, a valorização da agroecologia e o fim dos privilégios da classe dominante. A visita fez parte do Ciclo de Debates Eleições 2018, promovido pelo Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública (MCTP), no auditório da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp).
“O compromisso da nossa candidatura é com um novo modelo de desenvolvimento para o país. Só o indicativo de crescimento da economia não nos basta. É preciso haver crescimento com distribuição de renda e riqueza, e com sustentabilidade ambiental”, afirmou.
Sobre o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação, tema do evento, Boulos defendeu o aumento dos investimentos públicos, que possibilitem sua autonomia frente às empresas privadas. “Nós não podemos criar Inovação em Ciência e Tecnologia apenas por demanda de mercado. Tem que ser criado um projeto de país”, pontuou, citando como exemplo a indústria farmacêutica que, segundo ele, dominada pelos grandes laboratórios, pretere investigações pouco lucrativas. “Por que não há vacina para malária? Porque a malária, doença de pobre, não dá dinheiro”, ressaltou.
Para isso, o candidato apontou como “compromisso zero” a revogação da emenda constitucional 95, aprovada em dezembro de 2016, que limitou os gastos públicos por 20 anos.
Quando questionado sobre sua proposta para universidade publica, o candidato ressaltou a importância do enfrentamento das grandes redes de ensino privadas, sobretudo estrangeiras, que, segundo ele, não prestam contas do dinheiro público recebido e atuam como máfia no Congresso Nacional. “O foco que nós devemos ter é no fortalecimento da universidade pública. Nosso programa diz com todas as letras: verba pública tem que ir para universidade pública. Temos que construir o modelo de transição que permita isso, sem prejudicar nenhum estudante que hoje recebe bolsa de estudos, seja pelo ProUni seja pelo Fies”, afirmou, destacando que atualmente programas de financiamento estudantil consomem mais dos cofres públicos do que as universidades públicas federais.
O programa do candidato contou com a contribuição de professores e estudantes da Unicamp nas áreas de economia, Marco Antonio Rocha, do Instituto de Economia (IE); e saúde, Henrique Sater e Nelson Rodrigues dos Santos, do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de ciências Médicas (FCM).
De acordo com a organização do evento, todos os candidatos e candidatas à presidência e ao governo do Estado de São Paulo foram convidados a participar do Ciclo de Debates. Os próximos encontros serão divulgados no site da ADunicamp e nas redes sociais.