Inovação, interdisciplinaridade e internacionalização compõem o tripé em que se apoia a American Academy, programa de graduação internacional da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em parceria com a Kent State University (KSU/EUA). O professor Paulo Mussi, gestor do programa, esteve na Unicamp na tarde desta segunda-feira (24), para apresentar o programa. Segundo o reitor Marcelo Knobel, que introduziu a palestra, o programa é uma iniciativa única no Brasil e merece particular atenção.
A partir do modelo norte-americano de Liberal Arts Education, o Programa oferece um curso de dois anos de formação fundamental, incluindo tópicos nas áreas de Artes, Humanidades, Ciências Naturais e Ciências Sociais. Estes dois anos são cursados no Brasil, na PUCPR, sendo as disciplinas ministradas por professores da KSU, em inglês. Concluída essa primeira etapa, os estudantes devem escolher a carreira que desejam seguir e se querem concluir a graduação no Brasil ou nos EUA.
“A ideia fundamental é buscar uma nova forma de graduação, onde o aluno tenha uma base sólida e, a partir desta base, possa fazer sua escolha profissional, mais maduro e com mais informações. Ao longo desses dois anos ele desenvolverá aquelas soft skills tão necessárias para sua atuação profissional, assim como na sua atuação como cidadão”, explicou Mussi.
De acordo com o professor, essa proposta busca enfrentar um problema estrutural da graduação no Brasil, hoje: a evasão. Segundo ele, mais de 50% dos estudantes não terminam os cursos de graduação que escolheram no vestibular, independente da área de atuação.
Por outro lado, Mussi enfatiza que, mesmo sendo dirigidos para formação profissional para o mercado, os cursos de graduação brasileiros não atendem às demandas contemporâneas. “Cada vez mais as empresas contratantes reclamam que nossos egressos não sabem trabalhar em equipe, não sabem se comunicar, não sabem analisar coisas, não sabem pensar criticamente. Fazemos uma formação voltada para uma profissão e, na hora que vai exercer essa profissão, nossos egressos têm dificuldades, porque falta a eles uma visão global de mundo”, afirmou.
O terceiro aspecto ressaltado pelo professor foi a facilidade de intercâmbio que o curso possibilita. Segundo ele, desde o ingresso no Programa o aluno está automaticamente vinculado às duas universidades, à brasileira PUCPR e à norte-americana KSU. Este vínculo, além de facilitar a obtenção de visto e equivalência de créditos, garante preços mais acessíveis para a realização da estância internacional.