Hospital da Mulher - Caism abre evento Outubro Rosa com conscientização e apoio às mulheres com câncer de mama

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Público na abertura da campanha Outubro Rosa no Hospital da Mulher - Caism
Público na abertura da campanha Outubro Rosa no Hospital da Mulher - Caism

Não foram apenas as tradicionais roupas rosas que predominaram na abertura do evento Outubro Rosa, realizado na manhã desta quinta-feira (4), no anfiteatro do subsolo do Hospital da Mulher – Caism. Toda a comunidade da segunda maior unidade da Unicamp lotou literalmente o espaço para apoiar o mês que simboliza a luta contra o câncer de mama. O superintendente do hospital, Luís Otávio Sarian, deu as boas-vindas ao público, agradecendo a dedicação sobretudo da comissão organizadora, dos patrocinadores e dos apoiadores. Segundo ele, lembrar do tema implica lembrar da prevenção ao câncer de mama, que em 65% dos casos pode ser curável.

Luís Sarian realçou que, como o Caism faz o atendimento a mulheres com câncer de mama o ano todo, essa campanha não se trata de um ato isolado. “O nosso Caism é a concretização das políticas em saúde iniciadas corajosamente pelo Departamento de Tocoginecologia há mais 50 anos em torno da mulher”, salientou. Além disso, ressaltou que o Caism pode não ser o único hospital a tratar o câncer de mama da região, mas certamente é o único a prestar uma atenção integral à saúde da mulher.

O superintendente ainda procurou incentivar que as pessoas prestigiem a campanha, que o Caism se torne cada dia mais conhecido pelas suas ações e que outros centros surjam para mostrar que inclusive o exemplo deste hospital deve ser seguido e que é muito válido.

Participaram da mesa de abertura do evento a obstetra Mary Ângela Parpinelli, chefe do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas; o oncologista Júlio César Teixeira, diretor da Divisão de Oncologia do Caism; e a enfermeira Carolina Patrícia, da Diretoria de Enfermagem de Pacientes Externos, representando a comissão organizadora do Outubro Rosa. O evento contou também com a presença de docentes, alunos, funcionários, convidados e alunas da Unicamp que representaram a Enactus, uma organização internacional sem fins lucrativos que apoia a campanha mediante ações de empreendedorismo junto a comunidades vulneráveis socialmente do município.

Mary Ângela recordou que o Caism foi fundado por um mastologista, o professor José Aristodemo Pinotti, e que por isso a preocupação com o câncer de mama já vem de muitos anos, assim como o engajamento dos profissionais que atendem nesta instituição. Júlio Teixeira lembrou que o Caism é um serviço de referência que atende a cerca de 500 casos novos de câncer de mama por ano e faz o seguimento de todas as pacientes em tratamento no hospital, destacando que essa campanha instiga uma reflexão para que haja uma melhor assistência às mulheres com essa patologia. A enfermeira Carolina Patrícia enfatizou a importância da participação de toda a comunidade para que a campanha aconteça todos os anos, do mesmo modo que vem ocorrendo em outras edições da campanha.

O superintendente do Hospital da Mulher - Caism, Luís Otávio Sarian
O superintendente do Hospital da Mulher - Caism, Luís Otávio Sarian

Apoio
A primeira atividade oficial do Outubro Rosa foi uma palestra do mastologista do Caism Cássio Cardoso Filho, que fez uma avaliação crítica da campanha, abordando o impacto da doença para pacientes, cuidadores e equipe da saúde. De acordo com ele, o Outubro Rosa é um movimento popular mundial. O nome, afirmou, faz alusão à cor rosa do laço que simboliza a luta contra o câncer de mama e um estímulo à participação da população, empresas e entidades.

O movimento começou nos Estados Unidos, conforme o médico. O congresso americano aprovou uma legislação elegendo outubro como o mês da prevenção. "Em 1990, a Fundação Susan G. Komen for the Cure distribuiu laços rosas aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York. A empresa de cosméticos Estée Lauder criou o laço rosa, difundindo o símbolo.”

Em Campinas, comentou, vários monumentos e estabelecimentos públicos ficam iluminados à noite com a cor rosa, em apoio ao Outubro Rosa. “Mas o evento não é exclusividade do câncer de mama e inclui outras temáticas no calendário anual para lembrar da epilepsia, do câncer de próstata, da doença de Alzheimer, entre outras", assinalou Cássio. "Então vocês não acham que está na hora de ampliar esse diálogo e abordar outros temas da saúde da mulher?"

O mastologista do Caism Cássio Cardoso-Filho
O mastologista do Caism Cássio Cardoso-Filho 

Ele falou ainda sobre algumas lendas urbanas, como o uso do desodorante roll-on, do sutiã apertado e com aro, que aumentariam as chances do aparecimento do câncer de mama; de algumas soluções mágicas para esse câncer como o uso da graviola, limão, jaca, licopeno. “Isso perpassa o imaginário popular, porém cuidado com as soluções milagrosas. É preciso buscar ajuda especializada, pois, quanto mais precoce o tratamento, melhores as chances de cura da paciente", alertou. Ele lamentou que ainda hoje algumas pessoas tenham a ideia de que a doença possa desaparecer sozinha. “Não devemos recriminar essas pessoas, mas devemos informá-las sobre o conhecimento disponível.”

Doença
De acordo com o mastologista, o câncer de mama é a principal causa de morte feminina no Brasil, perfazendo 1/3 de todos os casos de câncer que atingem a mulher, entretanto não se trata do principal câncer na sociedade. "Contudo, ele acaba rivalizando em termos de repercussão com o câncer infantil, principalmente na mídia, talvez porque a mama represente um símbolo de feminilidade, erotismo e maternidade. Mas a boa notícia, contou Cássio, é que o país está melhorando a sua capacidade de registro de câncer, que está sendo melhor identificada.

O mastologista fechou sua palestra mencionando algumas informações subliminares presentes em publicidade do Outubro Rosa que fazem o marketing do bem e do mal. Ele reconheceu que existem evidentes interesses econômicos, políticos, pessoais no processo. Por isso é preciso ficar atento e ter um espírito crítico. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que há um aumento de 37% nos pedidos de mamografia durante a campanha, que é um efeito positivo das iniciativas mundiais.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres no mundo, depois do câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete a população masculina, embora raramente: representa apenas 1% do total de casos da doença. Estima-se que em 2018 serão registrados cerca de 60 mil casos novos da doença no Brasil.

Mesa de abertura do evento no Caism
Mesa de abertura do evento no Caism

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004