Melhorar as instalações para o bem-estar de animais de produção, adequando variáveis de temperatura, umidade, luz, ventilação, acústica, etc, são atribuições da chamada ambiência de precisão, um campo que cresce em estudos no Brasil e na Unicamp. Pesquisadores, empresas do ramo, produtores e estudantes discutiram as tecnologias mais recentes no “IV Workshop Internacional de Ambiência de Precisão”, realizado de 6 a 8 de novembro, no Auditório da Embrapa Informática Agropecuária.
Foram 10 palestras, oito delas internacionais, trazendo as novidades sobre ferramentas tecnológicas avançadas para aplicação tanto na mensuração dos dados ambientais, quanto para as modelagens voltadas à análise do ambiente. Também foram debatidos sistemas de climatização mais eficientes, como explicou a coordenadora do evento, professora Daniella Moura, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp.
O palestrante In-Bok Lee, professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Rurais da Universidade Nacional de Seul, por exemplo, falou sobre modelagens do ambiente, especialmente da ventilação, utilizando a dinâmica dos fluídos computacionais. “Ele desenvolveu modelos que permitem, por realidade virtual, enxergar a ventilação do local para auxiliar melhor os produtores e alunos”, comentou a professora.
Segundo ela, a ambiência de precisão se desenvolveu com o advento da zootecnia de precisão, que envolve uma produção mais voltada ao bem-estar animal. Os pesquisadores estudam o local onde o animal está observando as necessidades de aves, suínos e bovinos, utilizando inclusive o comportamento dos animais como sensores, explicou a docente. Ela afirmou que já é uma realidade no País granjas de frango de corte com monitoramento por vídeo.
Na Unicamp o grupo de pesquisas da Feagri conta com uma “câmara de preferência” que simula diversas condições ambientais. “Partimos do princípio que os animais preferem o que é melhor para eles”, destacou Moura.
O workshop também apresentou 40 trabalhos científicos em formato de pôsteres ou em forma oral. O evento foi apoiado pela Fapesp, CNPq, Capes, Faepex, Embrapa, além da empresa Munters.