O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp prorrogou nesta terça-feira (27) o corte linear de 30% nos valores de todas as gratificações de representação não incorporadas pagas a docentes, pesquisadores e funcionários da Universidade, medida aprovada originalmente em outubro de 2017. Na mesma matéria, o Consu também indicou a formação de um Grupo de Trabalho (GT) que terá a atribuição de apresentar proposta de reformulação da Tabela de Gratificações que produza uma redução de gastos da mesma ordem do corte linear.
De acordo com a decisão, o corte linear terá duração de um ano ou até que uma nova Tabela de Gratificações seja aprovada. Um GT do Consu analisará a proposta já existente de alteração da Tabela de Gratificações e verificará a aplicabilidade da mesma, incluindo possíveis disposições transitórias como a possibilidade de “extinção em vacância”, por exemplo. De acordo com os cálculos apresentados pela Administração Central da Unicamp, o corte linear das gratificações representa uma redução da ordem de R$ 15 milhões ao ano. Knobel assinalou durante a reunião que é urgente que se altere a estrutura das gratificações pagas pela Universidade.
Segundo ele, como os valores são progressivamente incorporados aos salários, o crescimento desse tipo de gasto é exponencial. Como exemplo, o dirigente informou que em 2010 a Unicamp desembolsava cerca de R$ 40 milhões ao ano com o pagamento de gratificações. Atualmente, essa cifra é de R$ 82 milhões. “A cada ano, ocorre um aumento de 10% com esse dispêndio, o que é financeiramente insustentável”, considerou Knobel.
O reitor observou, ainda, que embora tenha reduzido o seu déficit orçamentário, por meio de uma série de medidas de contenção de gastos, como o corte no pagamento de gratificações e a renegociação de contratos com fornecedores e prestadores de serviço, a Universidade ainda enfrenta dificuldades financeiras. “Quando assumimos a Administração, nossos gastos representavam 117% do orçamento. Atualmente, estamos em torno de 103%. Como ainda não alcançamos o equilíbrio financeiro, temos que continuar fazendo a lição de casa”, disse.