A Iniciação Científica desde o início da trajetória universitária é um dos diferenciais do Profis, Programa de Formação Interdisciplinar Superior da Unicamp, que recebe anualmente os melhores estudantes de escolas públicas da região. Integrando profundamente ensino e pesquisa, de forma interdisciplinar e plural, o Programa objetiva uma formação abrangente e crítica, que apresente aos ingressantes as diversas possibilidades oferecidas pela Universidade. A 3ª Mostra Científica do Profis apresentou, nesta segunda-feira (3), os resultados das 80 pesquisas desenvolvidas nas áreas de saúde, exatas, tecnológicas, humanas, biológicas e artes. Mas, acima de tudo, evidenciou a riqueza da experiência vivida pelos estudantes durante os dois anos do Programa.
“Essa mostra indica bem a diversidade dos alunos do Profis, o quanto eles conseguem produzir e reflete também um pouco a diversidade da nossa universidade como um todo”, afirmou o reitor Marcelo Knobel, enquanto via os pôsteres expostos no Ciclo Básico e ouvia as explanações dos estudantes.
A variedade das temáticas dos trabalhos, que vão desde os “estilos literários que atraem os alunos do Profis” até investigações muito específicas de laboratório, chamou a atenção da pró-reitora de graduação, Eliana Amaral. Para ela, a Mostra Científica do Profis é uma oportunidade de enxergar amplitude de experiências que os estudantes têm no Programa.
Eliana Amaral enfatiza o caráter interdisciplinar do Profis, que valoriza um conhecimento abrangente e a formação de competências. “Uma das competências que o aluno na universidade tem que desenvolver é a capacidade do raciocínio científico. Não só para produzir ciência, mas para ser um crítico da ciência que é produzida e da sua profissão. Durante esses dois anos no Profis, essa capacidade de analise e crítica é desenvolvida nos alunos. Isso fica claro nos trabalhos expostos”, afirmou.
De acordo com Mariana Nery, coordenadora do Profis, mesmo sendo os resultados de um primeiro contato com a investigação científica, a exposição apresenta resultados excelentes e geram, inclusive, publicações em periódicos indexados. Além disso, a coordenadora ressalta que a mostra apresenta o início de um trabalho. “O trabalho não acaba aqui. Quando eles entram na graduação. a tendência é começarem a iniciação científica muito mais cedo do que os colegas que entraram via vestibular. Segundo as estatísticas, esse percurso torna muito mais provável que sigam na área científica”, contou.
Além do desenvolvimento da pesquisa em si, que pode ser orientada por qualquer professor da universidade, os estudantes do Profis cursam disciplinas voltadas para a Iniciação Científica. As disciplinas são ministradas pela coordenadora do curso e incluem aulas sobre método científico, escrita de relatório, como pensar uma pergunta, o que é ciência, como divulgar a ciência, dentre outros. “Muitos dos projetos são propostos por eles mesmos. Eles têm essa experiência de pensar em uma pergunta, buscar um professor e fazer todo o trabalho usando método científico. Eles entram na graduação com uma experiência muito mais consolidada na área científica do que os colegas”, relatou Mariana Nery.
A vivência da pesquisa antes da escolha do curso de graduação propicia também, segundo Nery, um contato mais profundo com as diversas disciplinas e carreiras oferecidas pela Universidade. “Essa contato faz que eles conheçam mais a área onde eles desejam ir e tomem uma decisão muito mais consciente a respeito do curso que querem seguir”, enfatizou.