Uma parceria com a empresa alemã TÜV Rheinland para instalação na Unicamp de um laboratório de certificação de energia solar fotovoltaica está sendo estudada por professores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec). O gerente regional da TÜV para a América Latina Vitor Rodrigues veio à Universidade para uma palestra no workshop "Usinas Solares FV - componentes, testes, inspeção, seguros", realizado nesta quinta-feira, 13, na faculdade.
Segundo o professor Marcelo Gradella Villalva, do Departamento de Sistemas e Energia (DSE) da Feec, a certificação de sistemas fotovoltaicos, especialidade da empresa alemã, é uma demanda crescente no Brasil. O País pode ampliar para até 10% a geração de energia solar nos próximos anos. “Temos aqui a sala lotada de pessoas do Brasil inteiro que estão atuando nesse ramo. É uma oportunidade única de colocar esse pessoal em contato com o especialista da TÜV”, destacou.
A certificação, acrescenta o docente, pode garantir a qualidade dos equipamentos, dos materiais e das instalações visando a performance correta dos sistemas fotovoltaicos. “Nós lidamos com tensões elevadas que podem colocar pessoas em risco. Nosso objetivo com a parceria será fazer pesquisas e trabalhos em conjunto com a empresa alemã”. De acordo com o docente, a empresa atuaria numa cooperação por meio do Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos, coordenado por Villalva e pelo docente Luiz Carlos Kretly.
“É uma batalha que travamos no Brasil a de trazer uma certificação mais rígida. Hoje a certificação é feita pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro, por meio de laboratórios credenciados, mas nossa avaliação é de que ela tem algumas limitações”, explicou Kretly. O professor afirmou que com a parceria a Unicamp poderia certificar painéis que são exportados para países como Chile e México.
O gerente da TÜV, Vitor Manoel explicou o processo que leva à certificação. Segundo ele a empresa participa inclusive da elaboração de normas. A certificação tem uma validade de cinco anos desde que não seja feita nenhuma modificação no produto ou sistema. “A parceria nos entusiasma muito porque temos muita tradição no desenvolvimento normativo, na pesquisa e nos trabalhos com universidades”, observou.