Passar as férias desenvolvendo projetos de pesquisa na Universidade pode parecer chato para alguns, mas não para os 160 estudantes que participaram da 17ª edição do Programa Ciência e Arte nas Férias, encerrada na última sexta-feira (1). Em meio a risadas e aplausos, os alunos de ensino médio de 65 escolas públicas, transbordavam entusiasmo com a vivência na Unicamp. “Não fomos tratados apenas como estudantes de escolas públicas, ou como pessoas de baixa renda, mas como alunos, que tem sonhos e objetivos. Vocês nos encorajaram e nos mostraram que, quando temos um sonho, não há barreiras que podem nos impedir de realiza-lo”, afirmou Daniel Greque de Oliveira, orador da turma durante a cerimônia de encerramento do Programa, realizada no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
Promovido pela Pró-reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp, nos meses de janeiro e julho de cada ano, o programa possibilita aos alunos da rede pública de Campinas e região, Limeira e Piracicaba desenvolverem atividades junto aos docentes e pesquisadores da Universidade. Nesta edição, foram oferecidos 54 projetos, incluindo oficinas, visitas monitoradas e iniciação científica júnior. “A parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, especialmente com a Secretaria de Educação, é fundamental. Sem o apoio das diretorias de ensino e dos professores esse evento não seria possível”, afirmou o pró-reitor de pesquisa, Munir Skaf.
O clima de entusiasmo foi reforçado este ano pelas políticas afirmativas e ampliação nas formas de ingresso levadas a cabo no último ano pela Unicamp. “Essa Universidade deve ser ocupada por vocês. Vocês ganham e a Universidade ganha. Vocês crescem com a Unicamp e ela cresce com vocês”, enfatizou em seu discurso Laís Polizello Lira, representante dos monitores.
A coordenadora geral da Unicamp, Teresa Atvars, ressaltou o impacto que o Programa tem na visão de mundo dos estudantes. “Vocês vivenciaram um outro ambiente, diferente e desafiador, que é o mundo da ciência. Vocês saem daqui levando outro tipo de experiência. Com certeza, quando tomarem sorvete, tomarão sorvete de outra maneira”, brincou, referindo-se a oficina sobre a química do sorvete que fez parte da programação. “Quando a gente aprende, a gente passa a ver o mundo e as coisas de outra maneira. Às vezes, de maneira mais angustiante, porque a gente sabe que poderia ter sido diferente. Mas, em muitos casos, nos permite também interferir, fazer diferente e fazer melhor. A missão essencial da universidade pública é ajudar a fazer diferente por meio de vocês”, completou.
Estiveram presentes ainda no encerramento o secretário municipal de cultura, Claudiney Carrasco, e a orientadora pedagógica da Secretaria municipal de educação, Flavia Martins Guimarães, além de representantes das diretorias regionais de ensino. Depois da cerimônia, o professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação (IMECC) e assessor da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), apresentou aos estudantes as principais mudanças do Vestibular da Unicamp, ressaltando as novas formas de ingresso. A palestra foi seguida de um sessão de pôsteres, onde foram expostas as pesquisas realizadas durante o Programa.