O professor Edward Coyle, do Georgia Institute of Technology (Georgia Tech – Estados Unidos) apresentou, na última quinta-feira (14) a metodologia VIP (em inglês, significa “Vertically Integrated Projects”). Trata-se de uma metodologia educacional que envolve ensino, pesquisa e extensão, ao utilizar trabalhos em grandes grupos multidisciplinares. A vinda do professor Coyle se deu por convite da Faculdade de Ciências Aplicadas, por intermédio do professor Cristiano Morini, que teve contato com a metodologia na University of Strathclyde, em Glasgow, na Escócia, em setembro de 2018 quando participou de visita técnica em universidades do Reino Unido para conhecer melhores práticas relativas a inovações pedagógicas e ao envolvimento da universidade com a comunidade.
A metodologia VIP procura inserir a inovação no processo de ensino e aprendizagem, além de procurar aproximar a realidade do mercado de trabalho às experiências pedagógicas. É realizada por meio de projetos, possui três pontos importantes de desenvolvimento: tempo, contexto e mentoria. Os projetos temáticos envolvem diversos cursos, docentes,
turmas e funcionários, num trabalho conjunto definido por metas. As temáticas dos projetos são desenvolvidas por docentes, que os relacionam com o mundo do trabalho e linhas de pesquisa. Os times são montados junto com professores e alunos de diversas áreas – de graduação e pós.
A participação dos alunos pode ser por mais de um semestre, até três anos, sendo os projetos contínuos, com revezamento de membros, já que alguns concluem o curso e outros novos se integram ao processo. A gestão do
conhecimento e a gestão do projeto é facilitada por meio de um software. As tarefas e atividades executadas dentro dos grupos faz com que os alunos utilizem o conhecimento das várias disciplinas em que estão matriculados ou que já cursaram, num esforço de integração dos conhecimentos, de acordo com os objetivos estabelecidos.
Os times VIPs ou projetos são variados e, apesar de temáticos, envolvem diversa áreas do conhecimento (veja a lista dos times ativos no site) com resultados práticos ou produtos finais. O programa VIP, devido o seu sucesso, teve um crescimento considerável entre os alunos, contando com mais de 1.100 inscritos em 2019, comparado com seu início em 2009, que trabalhava com menos de 100 alunos. A avaliação dos alunos é feita por três critérios: documentação produzida (wikis, relatórios, diários de bordo, apresentações), avaliação por pares e trabalho em grupo.
De acordo com o professor Coyle, o programa tem trazido diversos benefícios aos participantes: experiência de trabalho em grupo com objetivos práticos, oportunidades de aprender e dominar diferentes papeis e habilidades, aquisição de experiência em seu campo de trabalho, aquisição de experiência multidisciplinar, preparação para o mundo do trabalho e
da pesquisa/pós, além de estimular os alunos a participarem mais das atividades do campus.
Para os docentes, os benefícios têm sido grandes também: estímulo à pesquisa na graduação, possibilidade de pesquisa multidisciplinares, com equipes organizadas, além da possibilidade da formação de novas parcerias entre os institutos. Para a instituição em geral, o programa tem estimulado a pesquisa e inovação, além da melhoria no processo de aprendizagem dos alunos participantes.
A metodologia VIP já é aplicada em 24 universidades dos Estados Unidos e em universidades de 11 países (África do Sul, Coreia do Sul, Austrália, Escócia, Colômbia, Chile e outros). No Brasil, a Unicamp pode ser a primeira universidade parceira da rede internacional VIP. A apresentação do Prof. Coyle se deu no Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA)2 e foi uma iniciativa do Programa Renovagrad, um projeto estratégico da Pró-Reitoria de Graduação que promove a inovação em estratégias e práticas educacionais para a Graduação da Unicamp. O evento contou com um público de mais de 60 pessoas, composto por docentes e alunos da Universidade. Para obter mais detalhes do programa e acessar a apresentação, basta seguir o link
