O reitor Marcelo Knobel assinou nesta quarta-feira (20) resolução criando o “Programa Embaixadores da Unicamp”. O objetivo da iniciativa é aproveitar a experiência e a rede de relacionamentos de ex-professores, ex-alunos ou profissionais que tenham mantido estreitas relações com a Universidade, para que a representem junto a instituições de ensino e pesquisa no exterior. A função será exercida voluntariamente, ou seja, sem qualquer tipo de remuneração.
No mesmo dia, Knobel nomeou os dois primeiros embaixadores da Unicamp: Cylon Gonçalves da Silva, professor emérito da Universidade, e Ivan Chambouleyron, que foi pró-reitor de Pesquisa no período de 1998 a 2002. O primeiro está vivendo em Portugal e o segundo, na Argentina. Coincidentemente, ambos estavam no Brasil e foram recebidos pelo reitor. “Nós temos muitos ex-professores e ex-alunos morando no exterior, todos extremamente ativos. Nossa ideia é aproveitar a presença e os contatos que eles têm com as universidades dos países onde vivem para estreitarmos o nosso relacionamento com essas instituições”, explica Knobel.
De acordo com o dirigente, os dois ex-docentes aceitaram imediatamente a indicação. “Estamos em contato com outros nomes com o propósito de ampliar essa rede de embaixadores pelo mundo”, adianta o reitor. De acordo com a resolução, os embaixadores representarão a Unicamp em reuniões, cerimônias e eventos realizados por universidades estrangeiras, consulados e embaixadas. Eles não terão, porém, competência para assinar acordos, convênios ou contratos, nem mesmo assumir obrigações em nome da Universidade.
Segundo a resolução, não há limite para o número de embaixadores a serem nomeados, e cada indicação vigorará por dois anos, sendo permitidas sucessivas reconduções. A atividade será exercida em caráter voluntário, sem que seja gerado qualquer vínculo de emprego ou de obrigação trabalhista, previdenciária, tributária ou assemelhada com a Unicamp.
Primeiras ações
Os professores Ivan e Cylon consideram o Programa Embaixadores da Unicamp uma iniciativa importante dentro do esforço empreendido pela Universidade para internacionalizar as suas atividades. O primeiro adiantou que, inicialmente, trabalhará mais fortemente para estreitar as relações com a Universidade de Buenos Aires (UBA). “Em uma primeira reunião de trabalho, definimos que vamos promover, em julho, um encontro aqui na Unicamp para discutir o tema ‘Ciência e Tecnologia na América Latina’. A intenção é trazer especialistas de diferentes áreas da UBA para ministrarem palestras, que serão seguidas de mesas de debates. A mesma experiência será repetida lá, em data ainda a ser definida. O propósito é avançar rumo a uma cooperação que leve em conta os desafios comuns às duas universidades e seus respectivos países”, adianta o professor Ivan.
Outra preocupação, de acordo com o agora embaixador da Unicamp, é fazer com que o programa seja perene, isto é, ultrapasse a gestão das autoridades universitárias ou dos governantes dos países onde as instituições estão instaladas. “Obviamente, vamos iniciar esse trabalho de forma bilateral, mas nada impede que a ação seja ampliada para uma cooperação regional, que envolva também universidades de países como Uruguai e Chile, para ficar em dois exemplos no âmbito sul-americano”, acrescentou o professor Ivan.
O professor Cylon adianta que a sua missão como embaixador começará junto às instituições de ensino e pesquisa de Portugal com as quais a Unicamp já mantém acordos formais. “Queremos estreitar e dar mais dinamismo às colaborações. Concordamos que, neste primeiro momento, nossos temas prioritários serão as questões relativas à inovação e às startups, o que envolverá a atuação da Inova [Agência de Inovação Inova Unicamp]. Já estamos em conversação com a Universidade de Coimbra, para definirmos a deflagração de ações conjuntas”, conta.
Uma possibilidade, conforme o professor emérito, é a realização de um curso de Gestão da Inovação em parceria entre as duas universidades. “Esse curso já é oferecido pela Unicamp, mas a proposta é que ele ganhe um perfil internacional. Também temos a intenção de propor que a Inova e o órgão correlato da Universidade de Coimbra promovam uma Hackathon para estimular ações em inovação”, relaciona o professor Cylon.