Na categoria de membro afiliado o cientista integra a Academia Brasileira de Ciências (ABC) por um período de cinco anos. Os professores do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) Gustavo Silva Wiederhecker e Thiago Pedro Mayer Alegre serão diplomados para o período de 2019 a 2023. O professor Rafael Vasconcelos Ribeiro, do Instituto de Biologia (IB), será diplomado para o período de 2018 a 2022. A solenidade será na tarde de quinta-feira, (14), durante um simpósio no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin na USP São Paulo.
Além dos docentes da Unicamp outros três jovens cientistas foram eleitos pela Vice-Presidência Regional São Paulo como membros afiliados da ABC. São eles: Diogo de Oliveira Soares Pinto e Tiago Pereira da Silva da própria USP e Mateus Borba Cardoso do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM). Os diplomados vão apresentar suas pesquisas no simpósio. A programação contará ainda com uma conferência sobre os desafios para a ciência brasileira. (veja a programação).
O objetivo da ABC com a diplomação de membros afiliados é identificar e estimular jovens com grande potencial para a ciência. São escolhidos até cinco pesquisadores por região do Brasil. “Eu tinha acabado de dar uma aula quando chegou o e-mail da Academia dando os parabéns por eu ter sido eleito. Fiquei muito honrado. Sei que isso significa que alguém percebeu que existia algum potencial em determinado indivíduo. Agora teremos cinco anos para mostrar que essa indicação foi válida”, disse o professor Rafael, do IB.
Engenheiro agrônomo, fisiologista e pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) por sete anos, Rafael é professor da Unicamp desde 2012, livre docente em 2016. Sua área de pesquisa aborda as interações entre as plantas e o ambiente “usando a fisiologia vegetal para tentar maximizar a conversão de energia luminosa em biomassa ou explorando as estratégias que as plantas têm para explorar melhor os recursos disponíveis”, detalha.
O professor é também o primeiro editor não inglês da revista Experimental Agriculture, da Cambridge University Press. “O papel da ABC, no meu entendimento, é guiar o desenvolvimento científico e tecnológico do país por intermédio da participação efetiva dos acadêmicos nas mais variadas áreas do conhecimento - ciências agrárias no meu caso, promovendo o bem-estar socioeconômico dos brasileiros aliado à conservação dos nossos recursos naturais”, destacou.
Para o professor Gustavo a nomeação representa uma oportunidade para conhecer cientistas que se destacam em diferentes áreas. Ele salienta o papel da Academia de influenciar o debate político em torno da ciência. “A ABC se transforma nesse porta voz da ciência brasileira sobretudo nos momentos de crise e estar participando disso nos permite ter uma visão mais clara sobre quais são os desafios que precisamos enfrentar”.
Pesquisador da área de física aplicada, atuando em nanofotônica, Gustavo é docente da Unicamp desde 2011. Em 2009 seu doutorado lhe rendeu o Grande Prêmio Capes de Tese na área de Ciências Exatas e da Terra. “A nanofotônica é o nicho da física que olha para a propagação da luz na escala nano. Uma das questões é por exemplo como a gente traz essa revolução que aconteceu nas fibras óticas, por exemplo, para dentro de um dispositivo como um computador, um celular”.
Thiago Alegre também está na Unicamp como professor desde 2011 e integra o Laboratório de Pesquisas em Dispositivos (LPD) do IFGW junto com o docente Gustavo. Ambos são também integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Fotônica para Comunicações Ópticas (Fotonicom). Pós-Doutor pelo California Institute of Technology (Caltech), é membro da Sociedade Brasileira de Física, da Sociedade Brasileira de Fotônica e da Optical Society of America. Sua área de atuação é a fotônica integrada. O pesquisador afirma querer se aprofundar melhor nas informações sobre o papel da Academia nas decisões políticas como também em relação à difusão da ciência.