O Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp inaugurou, nesta quarta-feira (10), as exposições Ecos, de Vânia Mignone, e Fértil Baldio: dança sobre a terra arrasada, de Marcelo Salum, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC). Na ocasião, foi celebrada também a doação de obras dos dois artistas para os museus. A mostra tem entrada gratuita e pode ser apreciada até dia 2 de junho, com monitoria de alunos do Instituto de Artes (IA) da Unicamp.
A passagem pela Unicamp na graduação é apenas uma das intersecções entre os artistas Vânia Mignone e Marcelo Salum. Para Sylvia Furegatti, diretora do MAV e responsável pela exibição ao lado de Iara Schiavinatto, há uma reflexão sobre os corpos nos trabalhos dos dois artistas. “A Vânia, como uma pintora, trabalha o texto e a imagem, num código mais gráfico. O Marcelo, com uma forte ligação com a arte relacional, que junta grupos, periferias e comunidades. Também, o corpo no vídeo e o convite à participação”, apontou.
Vânia Mignone, que acaba de participar da 33ª Bienal de São Paulo - Afinidades afetivas, também vê diálogos entre as obras dos dois artistas. “A exposição inteira, a minha e a dele, tudo que está acontecendo aqui, é absurdamente importante pela relação que esse trabalho tem com a cidade de Campinas. Não é um trabalho que foi feito em outra cidade e está sendo simplesmente exposto aqui. No meu caso, além de eu ter nascido e me formado em Campinas, meu atelier é aqui. Todo meu trabalho nasce aqui em Campinas”, afirmou.
A obra de Marcelo Salum é, por sua vez, a edição realizada em Campinas de um projeto maior, que teve seu início em Barcelona. De acordo com Marcelo Salum, o trabalho tem desdobramentos criados em cada lugar por onde passa. “Ele nunca se repete da mesma maneira. Ele busca criar relações locais. Aqui, comecei a perguntar sobre a memória deste espaço, que se configura como um cubo branco, que tem uma "neutralidade". Eu acho que a memória desse espaço é a memória das presenças de quem frequenta, de quem está ou não está aqui”, contou.
Também pensando na relação com a cidade, o pró-reitor de extensão, Fernando Hashimoto ressaltou a parceria com o MACC como uma oportunidade de penetração da Universidade em Campinas. “Quebra um pouco a barreira de ter todas as atividades no campus e traz uma contribuição nossa aqui para a cidade”, afirmou. De acordo com Hashimoto, as obras da sede do MAV na Unicamp tem início previsto para o final deste ano.