No Dia Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em 26 de abril, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem um motivo a mais para comemorar: a Universidade encerrou 2018 batendo seu recorde de patentes concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), totalizando 71 patentes concedidas.
A proteção do resultado da pesquisa na Universidade é responsabilidade da Agência de Inovação Inova Unicamp. A gerente de propriedade intelectual da Inova Unicamp, Janaína César, explicou que antes do depósito de um pedido de patente a Agência não avalia o mérito da pesquisa, mas sim se ela atende aos requisitos de patenteabilidade previstos na Lei da Propriedade Industrial que são: novidade, quando não compreendida no estado da técnica, atividade inventiva para técnicos no assunto e aplicação industrial, que é quando a tecnologia pode ser utilizada ou produzida em qualquer tipo de indústria.
“Adicionalmente, orientamos docentes, funcionários e alunos que a tecnologia precisa apresentar um diferencial técnico frente às tecnologias concorrentes e ter resultados que evidenciem suas vantagens em relação a um produto ou processo comumente utilizado, preferencialmente, frente ao que é considerado ‘padrão ouro’ pelo mercado”, completa a gerente.
Entre as patentes concedidas em 2018, está um processo para criação de um sensor biodegradável que detecta rapidamente alimentos impróprios para o consumo, desenvolvido sob responsabilidade da professora Telma Franco, da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp. O consumo de alimentos estragados é um problema ainda comum por todo o mundo, principalmente em regiões com altas temperaturas, motivo pelo qual a tecnologia colabora para a garantia de qualidade na indústria de alimentos e para população em geral, já que o processo permite um sensor portátil e de baixo custo totalmente biodegradável e de fácil uso.
Apesar de existirem outros sensores industriais que avaliam a variação de acidez e concentração de oxigênio para verificar o frescor dos alimentos, eles não são tão ágeis quanto o processo desenvolvido pela docente da FEQ, que em aproximadamente 30 segundos confere o frescor do alimento ao detectar o componente sulfeto de hidrogênio (H2S), presente em alimentos estragados.
Outra patente das 71 que foram concedidas em 2018 está no campo da difusão sonora, desenvolvida pelo professor José Augusto Mannis do Instituto de Artes (IA) da Unicamp. Trata-se de um conhecimento geométrico que pode ser usado na arquitetura e construção civil, oferecendo conforto ambiental com controle de ruídos. A estrutura proposta também permite a difusão sonora, desejada em ambientes de escuta técnica e de prática musical para que haja uma mistura homogênea dos sons para que os músicos toquem juntos e afinados e também para fruição musical harmônica para os ouvintes.
“Isso significa que misturar os sons é bom, mas é sempre importante prever o design sonoro das salas a fim de promover uma escuta crítica e uma prática musical com equilíbrio na mistura dos sons e mantendo a individualidade de cada instrumento ou voz. É dessa harmonia que surge a elegância da resposta acústica de uma sala.”, detalha o docente.
Em 2018, a Unicamp também manteve sua média no quesito de pedidos de patentes, sendo que foram 72 patentes depositadas no ano pela Unicamp e que serão analisadas pelo INPI, refletindo o trabalho de disseminação da cultura de proteção intelectual na Universidade, conforme explica a gerente de PI da Inova Unicamp.
Os dados foram revelados no Relatório de Atividades 2018 da Agência, disponível online. Confira a seguir os dados de comunicações de invenções, patentes depositadas e patentes concedidas da Unicamp durante os últimos 10 anos:
Dúvidas frequentes sobre proteção intelectual na Unicamp: