A mostra das 20 fotografias selecionadas como resultado do concurso “Como eu vejo os direitos humanos” está aberta à visitação no Saguão de Entrada da Biblioteca Central “César Lattes” até o próximo dia 31. O concurso foi realizado pela Diretoria Executiva da Direitos Humanos (DEDH), com o apoio da Diretoria de Cultura (DCult) e da Editora da Unicamp. A exposição teve início no último dia 6, com a cerimônia de premiação que contou com a participação de estudantes, professores e funcionários técnico-administrativos.
“As temáticas das fotografias registram a expectativa presente em nossa comunidade de que os direitos humanos se tornem uma prática e, dessa forma, uma realidade para todos”, disse a historiadora e diretora executiva da DEDH, Néri de Barros Almeida, sobre as imagens selecionadas.
A comissão avaliadora apontou para o primeiro lugar a fotografia “Desigualdade e esperança”, da estudante da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Bianca Contieri Bozzo Campos. A foto foi realizada no contexto de participação da estudante no projeto de extensão interdisciplinar “Formação de Agentes para Construção de Cidadania, Saúde e Democracia por meio do Método Paideia”, realizado na Vila Paula, em Campinas, sob a coordenação dos professores Gastão Wagner de Souza Campos e Rubens Bedrikow.
A foto mostra a dura realidade de uma ocupação urbana, denunciando as condições de moradia, saúde, saneamento básico, lazer e cultura. “A simbologia da imagem reside no contraste entre a inocência e a fragilidade das crianças e o ambiente inóspito no qual estão inseridas. Porém, em meio à miséria, consequência da desigualdade social, é possível vislumbrar a união e esperança”, afirmou Bianca.
A fotografia “Juruna Voador”, do professor titular de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, Marcio Seligmann-Silva, conquistou o segundo lugar da premiação, e registra um momento no cotidiano da aldeia Müratu, do grupo indígena Juruna, localizada na Volta Grande do Xingu.
“Esse é um grupo heroico na sua resistente luta contra os terríveis efeitos da construção da hidroelétrica de Belomonte a poucos quilômetros de seu território. As crianças Juruna mostram porque são, como diz a etimologia do nome, os ‘donos do rio’. Eles dominam o rio e suas correntezas com naturalidade e encanto cativantes. Desde muito pequenos já aprendem a nadar e a se divertir nessas águas”, descreve Márcio sobre a fotografia realizada em 2016, quando ele teve a oportunidade de visitar a aldeia.
“Pela Memória e Justiça: Avós da Praça de Maio ” é o título da fotografia realizada pela jornalista e aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Linguística da Unicamp, Amanda Barbosa Xavier Cotrim, que recebeu o terceiro lugar da premiação. A obra retrata o Movimento das Avós da Praça de Maio, uma organização de direitos humanos argentina, que tem como finalidade, localizar e restituir todas as crianças sequestradas ou desaparecidas pela ditadura militar daquele país (1976-1983) às suas legítimas famílias, além de pedir a punição dos responsáveis e prevenir que crimes como este, contra a humanidade, jamais voltem a acontecer.
“Todas às quintas-feiras, as avós marcham na Praça de Maio em favor da memória e da justiça. A foto representa a luta pela memória, para que jamais nos esqueçamos dos crimes cometidos pelo Estado”, relatou Amanda.
Serviço
Exposição: Como eu vejo os Direitos Humanos
Local: Biblioteca Central “César Lattes”, Unicamp
Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas
Valor: gratuito