Ampliar as possibilidades de acesso aberto aos artigos científicos é uma forma de facilitar e acelerar o progresso do conhecimento. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (31) pelo diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz. De acordo com ele, o tema é tão importante que tem sido objeto de um movimento de amplitude internacional. “A Fapesp foi pioneira nesse sentido, quando lançou, em 1997, o Scielo [Scientific Electronic Library Online], repositório que hoje abriga cerca de 200 revistas científicas editadas no Brasil”, recordou.
A iniciativa da Fapesp, prosseguiu Brito, surtiu reflexos positivos em várias partes do mundo. Vários países da América Latina, Europa e África também formularam políticas para estimular a ampliação do acesso aberto. “No Brasil, universidades e instituições, inclusive a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], estão participando desse esforço”, relatou. E a razão para essa movimentação é uma só. Os pesquisadores sabem que quanto mais fácil for a comunicação entre eles, mais a ciência pode avançar.
Há, ainda, outro motivo importante para tornar a ciência mais acessível, como pontuou Brito. “Também é fundamental criar oportunidade para que o contribuinte, que é quem financia a pesquisa, isso em todos os países do mundo, possa ter acesso aos resultados na hora que quiser, de modo que quiser”. A Fapesp, segundo o seu diretor científico, vem incentivando, desde 2009, a disponibilização dos artigos científicos em repositórios institucionais.
O assunto foi discutido com as principais universidades de São Paulo, sendo que todas elas organizaram seus repositórios. “A partir deste ao, a Fapesp estabeleceu a obrigatoriedade de que todo artigo produzido com seu financiamento tem que ser disponibilizado num repositório institucional, seguindo as regras estabelecidas pela revista que o publicou. Um aspecto importante a ressaltar é que a Fapesp não interfere na escolha do pesquisador acerca da revista em que vai publicar. Essa decisão é exclusivamente dele. Uma vez o artigo aceito para publicação, basta verificar a regra, cumpri-la e registrar no repositório”, explicou.