A Reitoria da Unicamp apresentou a estudantes, professores e pesquisadores, no início da tarde desta quinta-feira, o projeto do Espaço Plasma de maker e coworking, previsto para ser inaugurado já no primeiro semestre do próximo ano. No Espaço Plasma, todos os membros da comunidade acadêmica poderão trabalhar juntos e compartilhar computadores, impressoras 3D e outros equipamentos de fabricação digital. O projeto será implantado no antigo Laboratório de Plasma do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), atualmente sem uso e que será totalmente remodelado.
O reitor Marcelo Knobel mostrou os estudos preliminares de como ficará o espaço, que inclui salas de reuniões, área restrita para equipamentos, palco para palestras e apresentações artísticas, café para convívio, sanitários e uma confortável área externa. “As conversações com o IFGW [para cessão do prédio] vêm de algum tempo. Na guerra por espaço que existe na Unicamp, não foi simples conseguir este, em local nobre do campus. Temos inúmeros grupos estudantis, como as atléticas e outros envolvidos em causas sociais ou lidando com projetos específicos em suas áreas que simplesmente não têm um local para se reunir, elaborar projetos e guardar materiais. O projeto visa criar algo novo e que seja gerido pelos próprios estudantes.”
Conceitualmente, espaço maker é um convite ao protagonismo de novas ideias e criações, permitindo o desenvolvimento de competências como criatividade, autonomia e empatia. Coworking (ou cotrabalho) é um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que trabalham não necessariamente para a mesma empresa ou na mesma área de atuação, podendo inclusive reunir entre os seus usuários os profissionais liberais, empreendedores e usuários independentes.
“Provavelmente, será nesse tipo de espaço que os alunos de hoje trabalharão daqui a alguns anos. É interessante que eles já se ambientem”, diz a coordenadora do projeto, Gabriela Celani, que é professora da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e assessora especial do reitor, atentando que o público-alvo são os alunos dos diferentes cursos de graduação da Universidade.
Segundo Celani, a Reitoria investirá cerca de R$ 2 milhões na criação do Espaço Plasma, entre gastos com reforma, instalação de mobiliário planejado e aquisição de equipamentos. O espaço será composto por dois ambientes: a área de coworking – uma espécie de escritório coletivo –, que terá 400 metros quadrados e poderá abrigar até 150 pessoas; e o maker space, com 200 metros quadrados e capacidade para 50 usuários, onde ficarão as máquinas para fabricação digital.
“O novo espaço incentivará a colaboração, a interdisciplinaridade e a capacidade de materializar ideias”, afirma a professora, destacando o fato de que os alunos poderão utilizar o Plasma para aplicar conhecimentos adquiridos em sala de aula em projetos de seu interesse. “Tudo isso é pré-requisito para a inovação, tida como um dos valores mais importantes da sociedade atual.”
Os alunos serão convidados a participar da gestão do espaço, ajudando, por exemplo, a estabelecer suas regras de funcionamento e a elaborar uma agenda de atividades relacionadas à cultura maker e ao empreendedorismo, entre outros temas correlatos. “A ideia é que os alunos contribuam para a manutenção do local de forma sustentável, seja por meio do oferecimento de cursos ou pela busca de patrocínio”, acrescenta a coordenadora do projeto.
Gabriela Celani, que converteu seu próprio laboratório na FEC em um maker space aberto aos alunos de arquitetura, ressalta o fortalecimento da cultura “mão na massa” na Unicamp. Ela cita como exemplos a realização, em 2016, do Fórum Permanente sobre Fabricação Digital, organizado pelo Museu Exploratório de Ciências em 2016, e a Semana Maker de 2018, fruto de iniciativa de grupo de alunos da incubadora de projetos Ao Cubo. O grupo que já vem planejando as atividades do Espaço Plasma está aberto a adesões pelo e-mail aocubounicamp@gmail.com