O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, participou nesta quarta-feira (26) da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) constituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para analisar a gestão das três universidades estaduais paulistas – Unicamp, USP e Unesp. Na oportunidade, o dirigente fez uma breve apresentação da Universidade e de suas principais atividades. Knobel também respondeu às perguntas apresentadas pelos deputados. Em sua fala, o reitor destacou a importância do trabalho realizado pelas instituições públicas de ensino superior em prol do desenvolvimento econômico e social do Estado e do Brasil.
De acordo com Knobel, a Unicamp, bem como as outras duas universidades estaduais paulistas, desempenha um papel fundamental na formação de mão de obra qualificada. O reitor lembrou que a Universidade introduziu este ano novas formas de ingresso nos seus cursos de graduação, como as cotas étnico-raciais e o Vestibular Indígena. “Nosso esforço é para que a população do Estado de São Paulo esteja efetivamente representada na nossa instituição”, afirmou. Em 2019, acrescentou, 47,9% dos calouros são oriundos de escolas públicas.
Knobel expôs igualmente dados sobre as pesquisas desenvolvidas na Unicamp. O reitor observou que as investigações conduzidas pela Universidade contribuem para o avanço do conhecimento, mas também para a geração de produtos e processos que concorrem para ampliar o bem-estar e a qualidade de vida da população. No aspecto do relacionamento com a sociedade, o dirigente falou sobre os inúmeros contratos firmados com o setor produtivo.
No campo da inovação, o reitor citou o caso das “empresas-filhas” da Unicamp, empreendimentos criados por ex-alunos da Universidade que hoje geram cerca de 30 mil empregos diretos e somam um faturamento anual da ordem de R$ 4,8 bilhões. “Somente esta cifra representa o dobro dos recursos repassados para a Universidade através do Tesouro do Estado”, comparou. Knobel sublinhou, ainda, as atividades desempenhadas pela área da saúde da Unicamp, responsável pelo atendimento de uma região onde vivem perto de 6,5 milhões de pessoas.
“Infelizmente, a nossa área da saúde, que atende 100% pelo SUS [Sistema Único de Saúde], está subfinanciada. Seria importante que a Secretaria de Estado da Saúde repensasse o atual modelo de financiamento”, ponderou o reitor. Knobel reconheceu que a Unicamp ainda enfrenta uma crise orçamentária, causada principalmente pela baixa atividade da economia, mas elencou as medidas adotadas pela atual gestão com o objetivo de reduzir o déficit financeiro.
“A situação atual é bem melhor que aquela que nós herdamos, graças a uma série de iniciativas que adotamos, que foram ‘impopulares’, mas absolutamente necessárias. Como toda instituição com o nosso grau de complexidade, nós naturalmente temos falhas e pontos a serem melhorados, mas estamos firmemente empenhados em fazer com que todas as nossas atividades tenham um alto patamar de excelência”, assegurou.
Na sequência, o reitor respondeu a diversas questões apresentadas pelos deputados que são integrantes da CPI. Ele comentou sobre temas como gestão, orçamento, folha de pagamento, obras e atividades desempenhadas pela área da saúde. Ao final, Knobel reafirmou a disposição da Unicamp de ser a mais transparente possível, tanto em relação à CPI quanto no que diz respeito à sociedade de modo geral. “Gostaria de convidar os senhores deputados para visitarem a Universidade e assim conhecerem in loco o nosso trabalho”, finalizou.