Uma iniciativa pioneira nascia em 2004, um ano após a criação da Agência de Inovação Inova Unicamp, para homenagear os inventores da Unicamp. Era o Prêmio Inventores, medida que, a princípio, premiou nove docentes da Universidade que participaram do desenvolvimento de tecnologias licenciadas em 2003. Quinze anos se passaram desde a primeira edição e, hoje, a Inova Unicamp registra um aumento significativo de premiados, além de expandir as categorias de premiação. Nesta edição, a cerimônia de premiação foi realizada no dia 27 de junho, no Portal Girassol.
Um total de 213 profissionais – entre docentes, pesquisadores, alunos, ex-alunos – foram contemplados nesta edição do evento, nas seguintes categorias: “Tecnologia Absorvida pelo Mercado”, “Tecnologia Licenciada”, “Patente Concedida” e “Licenciamento de Tecnologia para criação de Spin-Off”. Além disso, foram homenageadas duas unidades de ensino e pesquisa da Universidade.
Na categoria “Unidade de Destaque na Proteção à Propriedade Intelectual”, a vencedora foi a Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA). Do total de 72 pedidos de patentes realizados em 2018, a FEA foi responsável por 18 deles. Já na categoria “Unidade de Destaque na Transferência de Tecnologia”, a campeã foi a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), com quatro tecnologias licenciadas, de um total de 22 contratos de licenciamento firmados em 2018.
“O Prêmio Inventores é um reconhecimento merecido para os pesquisadores da Unicamp que desenvolvem ideias inovadoras, que têm um forte potencial de se transformarem em produtos ou processos que serão diretamente aplicados em nosso cotidiano. É uma característica própria da Unicamp o estímulo à inovação e, por isso, esse prêmio é tão valorizado na Universidade”, ressalta o reitor da Unicamp, professor Marcelo Knobel.
“O Prêmio Inventores da Unicamp valoriza uma as importantes atividades acadêmicas que é a criação de conhecimento e sua aplicação. Ao lado de outras iniciativas da Unicamp que valorizam a atividade em ensino e em pesquisa básica, esse prêmio, ao reconhecer o esforço de professores, alunos e técnicos na criação de ideias e sua proteção por instrumentos de propriedade intelectual estimula o crescimento do acervo de PI da Universidade e aumenta o potencial para benefícios, inclusive materiais, aos inventores”, corrobora o Professor Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e vencedor na categoria “Patente Concedida”.
Uma das novidades para 2019 é, justamente, a inserção da categoria “Tecnologia licenciada para criação de Spin-off” que premiou Ursula Luana Rochetto Doubeck, da startup CleAir. Ela, além de ser uma das inventoras da patente, efetuou o licenciamento da tecnologia desenvolvida na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) para criar sua empresa, que está em fase de incubação na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). A expectativa é que um produto voltado para purificação do ar, a partir deste licenciamento, seja lançado em 2020.
O diretor-executivo da Inova Unicamp, professor Newton Fratesc,conta que a criação desta nova categoria se deu porque, por meio do estímulo à criação de novas empresas, é possível levar o conhecimento gerado na Unicamp para a sociedade. Ele destaca ainda o ambiente altamente propício ao empreendedorismo encontrado na Universidade. “Os alunos saem daqui com muita vontade de transformar o mundo. Uma forma de transferência de conhecimento da Universidade se dá por meio da transferência de tecnologias. Mas é muito importante mostrarmos que não basta apenas licenciarmos a tecnologia, temos que possibilitar que novos produtos e processos cheguem de fato ao mercado”, comenta.
Para Knobel, o caminho da inovação adotado pela Unicamp e que inclui desde a proteção à propriedade intelectual até o licenciamento e utilização da tecnologia no mercado é um método eficiente para levar o conhecimento da Universidade para a sociedade. “As tecnologias patenteadas que, posteriormente, são licenciadas geram benefícios para os usuários dessas tecnologias, além de recursos para a sociedade, que retornam para a Universidade também. Essa não é a única forma de retorno da Universidade à sociedade, mas é uma maneira que tem se tornado significativa no contexto da Unicamp, graças aos nossos dedicados inventores e à Inova”, aponta.
Frateschi acredita que o ambiente de homenagem aos inventores, possibilitado pela iniciativa, é essencial para mostrar a importância das atividades em inovação e empreendedorismo realizadas por eles, como uma forma de agradecimento por todo o esforço em fornecer à sociedade tecnologias de impacto. “É importante para valorizarmos o trabalho deles, que é muito focado na criação de novas tecnologias, que podem se tornar novos produtos e serviços, além da criação de novas empresas. O prêmio também mostra que há um esforço para fortalecermos nosso ecossistema de inovação e empreendedorismo”, frisa.
Em 2019, o Prêmio Inventores contou com o patrocínio da Novartis, Clarke&Modet, Kasznar Leonardos, Matera e FM2S.