A Liga Brasileira de Bioinformática promove a primeira competição na área de bioinformática da América Latina. Realizada em parceria com o Grupo Regional de Estudantes do Brasil (ISCB Regional Student Group Brazil) e a Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C), a competição pretende promover o crescimento da área no Brasil e está estruturada em três fases, todas online. A primeira fase tem início no próximo dia 4 de agosto (domingo).
Segundo Marcelo Mendes Brandão, pesquisador do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) da Unicamp e vice-presidente da AB3C, a competição promete engajar e estimular a formação de equipes interdisciplinares e atrair novos talentos para a área. Para ele, a bioinformática é um grande acelerador de conhecimento, pois é possível analisar grandes volumes de dados e gerar resultados de interesse. “Com dados disponíveis em bancos de dados públicos e gratuitos se consegue realizar grandes descobertas”, comenta Marcelo Brandão.
Bioinformática como o nome sugere é a junção de duas áreas do conhecimento, biologia e informática, conhecida também como biologia computacional. A ideia de organizar a Liga é descobrir futuros líderes da bioinformática no país. “Queremos expandir essa área do conhecimento dentro do país, nas universidades e, também, gerar curiosidade. Fazer os alunos pensarem problemas de forma matemática e gerar resultados com significado biológico”, comenta Brandão.
O pesquisador acredita que o Brasil é particularmente interessante para biólogos e bioinformatas. “Se pensarmos no Estado de São Paulo, por exemplo, temos aqui reunidas pessoas que vieram de todas as partes do mundo e temos uma diversidade de fauna e flora impressionantes na Mata Atlântica e no Cerrado. Todos esses dados estão sendo coletados e o gargalo está na capacidade de analisar esses dados. A necessidade agora é conectar dados clínicos e biológicos com os volumosos dados genômicos e esse é o papel da bioinformática”, relata.
Fases - Na primeira fase da Liga Brasileira, em agosto, as equipes terão 60 questões de múltipla escolha para nivelar os competidores. A segunda fase acontece em setembro e conta com cinco desafios em biologia computacional, que exigirá dos participantes o uso de linguagem de programação e busca por ideias na literatura especializada.
As três equipes que atingirem as notas mais altas serão convocadas para a fase final, que consiste em um projeto científico a ser elaborado utilizando dados fictícios. Tanto o desenvolvimento, como os resultados serão apresentados em forma de seminário curtos. Os vencedores serão anunciados no X-meeting que acontece em Campos do Jordão, SP, em outubro de 2019 e os prêmios serão dados em dinheiro no valor de até R$ 1.000.
Iniciativa - O doutorando em Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia Lucas Miguel de Carvalho, um dos idealizadores e presidente da Liga, relata que encontrou parceria com a ISCB RSG-Brazil e com a AB3C para organizar a competição. Segundo ele, no Brasil a bioinformática só aparece na graduação e pós como uma subárea, com raras exceções. “Conversando com o presidente da AB3C descobri que seria muito complicado fazer uma olimpíada e decidimos, então, fazer um evento para o ensino superior”, explica. Foi assim que Lucas Miguel começou a buscar parceiros regionais. “Algumas pessoas logo se prontificaram a ajudar e integrar a equipe de organização com o objetivo de levar a bioinformática para todos os cantos do país”, comenta.
O presidente da Liga explica que sempre gostou de participar de olimpíadas. Participou de competições de Matemática e ministra aulas para participantes de Olimpíadas de Computação. Ele acredita que nas olimpíadas os alunos experimentam uma nova forma de pensar, diferente da escola formal. “Meu sonho é fazer uma Olimpíada de Bioinformática para alunos de Ensino Médio. Gostaria que eles pudessem vislumbrar áreas diferentes como profissão, diferentes de medicina, direito, engenharia”, opina.
Outras informações no site, Facebook e Instagram (@ligabrasileiradebioinformática)