Acostumados ao campo de terra e, muitas vezes, a jogar com os pés descalços, alunos e alunas indígenas da Unicamp colocarão suas chuteiras para enfrentar funcionários e professores na tradicional “Copa GGBS de Futebol Society”, organizada pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS). São duas equipes indígenas, feminina e masculina, cada uma com 14 inscritos. Pela primeira vez, em pelo menos quinze anos de existência, foi aberta a possibilidade de alunos jogarem, exatamente com o objetivo de aumentar a diversidade do campeonato e também promover maior integração do grupo de alunos oriundo do primeiro vestibular indígena da Universidade.
A Copa será realizada entre os dias 17 de agosto e 26 de outubro e a ficha de inscrição já está disponível no site do GGBS. As equipes indígenas vão enfrentar grandes favoritos à taça, como os times “DAC”, da Diretoria Acadêmica, “Funcamp” e “Caism”, do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher. “A gente vai jogar pra ganhar. É nosso objetivo, mostrar o nosso futebol”, disse o aluno de geografia Janderson Sampaio, da etnia Tukano. Eles não estão de brincadeira. “Jogamos futebol a vida inteira”, lembrou outro integrante da equipe, Márcio da Silva, aluno de pedagogia, da etnia Kubeo.
O aluno de engenharia elétrica Arlindo Alemão Gregório, do povo Baré, afirma que na região de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, de onde vieram muitos estudantes, são realizados muitos campeonatos que são bastante disputados. “Todo brasileiro gosta de futebol e com a gente não é diferente. Vai nos fazer bem interagir fora do Campus, levar nosso jeito de ser, fazer esse diálogo intercultural”, destacou.
Todo brasileiro e toda brasileira gostam de futebol. O convite aos indígenas também foi feito com o objetivo de aumentar a participação de mulheres na Copa. Elas que, lá na região do estado do Amazonas, estão tão acostumadas à bola e jogam muito, futebol de campo e salão. “O time está formado, composto por estudantes indígenas aqui da Unicamp. A gente coloca em vista o papel da mulher indígena que sai de sua comunidade em busca de oportunidade de trabalho e estudos. Só vamos demonstrar um pouquinho o que já acontece na nossa realidade. Hoje em dia as mulheres estão lutando para isso, não somente as indígenas, a gente só vem reforçar que a mulher precisa exercer esse protagonismo”, disse a estudante Daniela Patrícia Villegas Barbosa, da etnia Tukano.
O convite foi feito aos alunos pelo professor Kléber Pirota, participante da Copa e agora membro da comissão organizadora. “A participação dos indígenas aumenta o número de participantes, coloca um grupo feminino a mais, e também representa uma oportunidade de integração via esporte. A diversidade já é inerente ao futebol. O que a gente espera do futebol é que seja agregador”, salientou.
Para Airton Lourenço, coordenador do GGBS, “a Copa faz parte das iniciativas que buscam desenvolver a qualidade de vida dos funcionários e docentes da Universidade por meio do esporte, integração e cidadania”. No ano passado participaram 15 equipes. O evento será patrocinado pelo Instituto Guimarães, instituto de pesquisa de opinião criado pelo professor aposentado da Unicamp Paulo Guimarães, e também pela empresa São Francisco Odontologia, já parceira do GGBS. Os interessados em participar da Copa precisam entregar as fichas de inscrição, disponíveis no site do GGBS, no auditório da unidade, localizado no prédio da DGA, no período de 1 a 9 de agosto, das 12h às 13h30. Os organizadores também pedem a doação de uma cesta básica.
Para outras informações foi disponibilizado o ramal 3521-4852
Copa GGBS de Futebol Society
De 17/08 a 26 de outubro
Local: Society Chácara do Vladimir
Rua Antônio da Cunha Leme, 155
Jardim Campineiro - Campinas – SP
