A Unicamp recebeu nesta segunda-feira (9) a doação de uma série de mercadorias provenientes de apreensões da Receita Federal do Brasil (RFB). A destinação foi feita durante reunião realizada no Gabinete do Reitor (GR) para a assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Receita. A lista de itens destinados soma mais de dois milhões de reais. Entre equipamentos hospitalares e insumos foi doado um biorreator, equipamento mais caro do conjunto, no valor de R$927.475,00. Um carro também foi destinado à Unicamp.
“A destinação é parte da legitimação social do nosso trabalho. A Receita Federal tem ações importantes na área do combate ao contrabando e ao descaminho e o processo de destinação para entidades do nível de importância da Unicamp nos ajuda a fazer aquele bem chegar à finalidade mais próxima do ideal”, disse o delegado da Receita no Aeroporto de Viracopos em Campinas, Fabiano Coelho.
Segundo o delegado, a Receita tem vários depósitos de mercadorias apreendidas, inclusive no Aeroporto, e o prazo de destinação pode variar, dependendo de uma série de fatores e de impedimentos legais. “No entanto, terão prioridade as mercadorias demandadas pelos órgãos conveniados, como agora é o caso da Unicamp. Nesse caso, o tempo deve ser o menor possível”, destacou.
A cerimônia para a assinatura do acordo de cooperação teve a participação do superintendente do órgão, o auditor-fiscal Giovanni Nunes Campos, além do delegado Fabiano, seu antecessor, Antonio Andrade Leal e outros representantes da Receita. Eles foram recebidos pelo reitor Marcelo Knobel, pró-reitores e representantes de unidades de ensino e pesquisa.
Knobel destacou que a cooperação com a Receita fortalece as duas instituições. “A destinação desse material representa um respiro para algumas áreas e faremos bom uso do material” disse o reitor. Uma das preocupações da Unicamp é com a imensa quantidade de cigarros apreendidos que, se destinados à Universidade, poderiam ser utilizados em pesquisas de fertilizantes por exemplo. Incinerar ou enterrar o material representa um problema ambiental.
O acordo de cooperação também prevê a oferta de cursos e a troca de conhecimentos entre Unicamp e Receita. Giovanni Nunes Campos citou um exemplo do passado, quando a Unicamp foi parceira em um projeto envolvendo Inteligência Artificial (IA), em colaboração ainda com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Hoje a estrutura de IA da Receita é fruto desse convenio”, pontuou.
O superintendente disse que a universidade pública é o que há de melhor no país e destacou a Unicamp como uma “joia” dentre as instituições. O trabalho de colaboração poderá incluir várias áreas como economia, processamento de dados ou idiomas.
O auditor Antonio Andrade Leal, que já esteve na Unicamp no mês de maio, quando houve uma destinação de mercadorias para o Hospital de Clínicas (HC), afirmou que a Receita também teve cortes orçamentários e que o conhecimento é fundamental para o órgão. O atual delegado Fabiano Coelho complementou que a Receita demanda programas de capacitação, extensão e pós-graduação. "A oferta de cursos é algo muito desejado em Viracopos e em todo o estado”, disse.