Trazer os professores de matemática do ensino básico para dentro da Universidade foi o principal objetivo do Encontro Regional de Professores de Matemática, que aconteceu nesta sexta-feira (13), na Unicamp. Quem faz a afirmação é Maria Zoraide Martins Costa Soares, docente do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp, fundadora do Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) e idealizadora do evento. O Encontro teve sua primeira edição em 1985 e foi retomado, depois de 13 anos, com organização de Sandra Menezes, colaboradora do LEM e doutoranda do Programa de Pós-graduação Multiunidades (Pecim) da Unicamp.
“É uma oportunidade para que os professores conheçam o que a universidade oferece, os cursos e atividades dos quais podem participar, não apenas na extensão, mas de graduação e pós-graduação”, afirmou Maria Zoraide Martins Costa Soares, destacando as diversas atividades desenvolvidas pelo LEM, com cursos de especialização e atendimentos às escolas da região. Segundo Sandra Menezes, o evento aponta, ao mesmo tempo, as possibilidades de relação com a Universidade aos professores e a Universidade, como pode dar esse suporte.
Na avaliação de Rogério de Carvalho Pontes, que dá aulas no ensino básico público e particular, o que falta é os professores procurarem mais a Universidade. “A universidade desempenha muito bem o papel dela. Falta aos colegas procurarem mais a universidade, procurarem novas maneiras de ensinar, novas metodologias. Toda vez que procurei, fui muito bem recebido e aprendi muito”, assegurou.
Na parte da manhã, os participantes acompanharam a mesa-redonda sobre a Base Nacional Comum Curricular, com Regina Célia Grando e Cármen Passos, no Centro de Convenções da Unicamp. “A Base foi homologada em 2017 e muitos professores ainda não sabem como trabalhar com ela na sala de aula. Por isso, permeou todos os espaços do evento”, explicou Sandra Menezes. Após o almoço, as oficinas incluíram pensamento algébrico, jogos e atividades de probabilidade e uso de software para ensino de trigonometria.
Para o diretor do Imecc, Paulo Ruffino, que participou da mesa de abertura do evento, refletir sobre a qualidade do ensino básico é essencial para o futuro do país, da ciência e da própria Universidade. “Segundo os indicadores do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes], a quantidade de alunos que o país forma, que tem condições mínimas para fazer um curso superior, é muito aquém das vagas que existem em cursos superiores, inclusive em escolas públicas. Se não atacarmos essa situação ficaremos sem alunos, para formar novos cientistas”, refletiu.