Na segunda edição do Vestibular Indígena Unicamp, a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) registrou 1.675 inscritos para realizar a prova, um aumento expressivo em relação ao ano passado, quando a demanda foi de 610 inscritos. Este ano, houve ampliação das vagas oferecidas nessa modalidade de ingresso, que passaram de 72 para 96. Também houve a inserção de sete novos cursos. As duas cidades com maior número de inscritos são do Amazonas: Tabatinga, com 837 candidatos e São Gabriel da Cachoeira, com 513 inscritos. A cidade de Tabatinga foi inserida no Vestibular Indígena esse ano.
Segundo o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, o aumento da demanda era esperado. “O crescimento do número de inscritos era esperado por três motivos: a consolidação do vestibular e sua divulgação a partir dos próprios estudantes indígenas, que já estão matriculados na Unicamp. Outro fator importantíssimo é que a Unicamp está levando as provas até as cidades mais próximas dos estudantes indígenas. A cidade de Tabatinga, por exemplo, está numa região que concentra 40% da população indígena do Amazonas, assim como Caruaru é a cidade que está mais próxima das comunidades indígenas de Pernambuco. E, por fim, a ampliação das vagas e dos cursos oferecidos pela Unicamp foi outro fator determinante para esse aumento”, explicou José Alves.
Os cursos mais procurados foram: Enfermagem (398 inscritos), Farmácia (165), Pedagogia (103), Nutrição (95), Administração (88), Educação Física (82), Ciências Biológicas (55), Administração Publica (49), Educação Física Noturno (47) e Engenharia Elétrica (46). A lista completa está na página eletrônica da Comvest: www.comvest.unicamp.br.
A prova será realizada no dia 1º de dezembro (seguindo o horário local), nas cidades de Bauru (SP), Campinas (SP), Caruaru (PE), Dourados (MS), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM). A prova será em língua portuguesa, composta de questões de múltipla escolha e uma Redação, da seguinte maneira: Linguagens e códigos (14 questões); Ciências da Natureza (12 questões); Matemática (12 questões); Ciências Humanas (12 questões); e uma Redação. O programa de estudos para a prova está disponível no Edital, na página da Comvest.
De acordo com José Alves, a Unicamp fará uma prova preocupada com a experiência escolar dos indígenas e seguindo as exigências da instituição. “A experiência do ano passado nos permite fazer uma prova mais elaborada e adequada ao perfil de estudantes que desejamos”, afirmou.
O diretor da Comvest destacou, ainda, a importância do Vestibular Indígena: “Queremos uma prova que represente a diversidade e a pluralidade dos saberes e de povos indígenas no interior da Unicamp”.
No dia do exame, os candidatos deverão comprovar que pertencem a uma das etnias indígenas do território brasileiro, por meio da entrega da documentação especificada no Edital. Outro requisito é que os candidatos tenham cursado o ensino médio integralmente na rede pública (municipal, estadual, federal), ou em escolas indígenas reconhecidas pela rede pública de ensino ou tenham obtido a certificação do ensino médio pelo ENEM ou exames oficiais (por exemplo, o Enceja) e não tenham cursado nenhum período do ensino médio na rede particular. Caso sejam aprovados no vestibular, os estudantes deverão comprovar as exigências, apresentando no ato da matrícula toda a documentação exigida.
No ano passado, na primeira edição do Vestibular Indígena Unicamp, a Comvest registrou 610 inscritos, que disputaram 72 vagas oferecidas. Foram matriculados 64 estudantes, de 23 etnias do Brasil.
Inscritos por cidade
Cidade |
Inscritos |
Variação |
||
2019 |
2020 |
Nº |
% |
|
Bauru-SP * |
- |
33 |
- |
- |
Campinas-SP |
84 |
149 |
65 |
177,4 |
Caruaru-PE * |
- |
69 |
- |
- |
Dourados-MS |
24 |
74 |
50 |
308,3 |
Manaus-AM ** |
107 |
- |
- |
- |
Recife-PE ** |
45 |
- |
- |
- |
São Gabriel da Cachoeira-AM |
350 |
513 |
163 |
146,6 |
Tabatinga-AM * |
- |
837 |
- |
- |
Total |
610 |
1675 |
1065 |
274,6 |
* Novas cidades de realização da prova.
** Cidades onde não haverá aplicação da prova do Vestibular Indígena 2020.