O reitor Marcelo Knobel abriu por volta das 12h05 a Assembleia Universitária Extraordinária. Centenas de pessoas ocupam os espaços no Ciclo Básico e devem permanecer até 14 horas, quando está previsto o encerramento da programação (confira a programação completa no quadro abaixo). "É um dia histórico na Unicamp e um dia emblemático para o país", disse o reitor na abertura do ato. É a primeira vez em 53 anos de história que a Unicamp convoca um movimento nestas proporções.
O objetivo é votar uma moção e conscientizar a sociedade contra a série de ataques sofridos pelas universidades e institutos de pesquisa, caracterizados principalmente pelos cortes de bolsas e ameaças à autonomia universitária.
O ato histórico reúne as principais instâncias representativas dos professores, servidores e alunos de graduação e pós da Universidade. Também estão representadas as instituições externas ligadas à Ciência e Tecnologia e Educação. Estão presentes na Assembleia o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Campinas, André von Zuben; o presidente da SBPC, Ildeu de Castro e o vice-presidente Regional São Paulo, Oswaldo Alves.
Assista a transmissão ao vivo.
Do luto para a luta
Às 9h30 desta terça-feira uma mobilização já se iniciava no Ciclo Básico. Alunos de graduação e pós se agrupavam para a realização de um cortejo fúnebre. No caixão estilizado em destaque a frase “Aqui jaz a Ciência e a Educação”. Não faltaram as coroas de flores, as velas e as vestimentas pretas.
Segundo uma das coordenadoras da Associação de Pós-Graduação (APG) da Unicamp, Bruna Garcia, o objetivo foi chamar a atenção da comunidade universitária para participação no ato histórico que reuniu representação de todos os segmentos da Universidade – professores, alunos e funcionários.
“Quanto maior a mobilização, maior a possibilidade de se reverter o quadro dramático da ciência e da educação”, defendeu ela, mencionando que a ideia do cortejo seria subir em luto até a Praça das Bandeiras, em frente a Reitoria, e descer para o Ciclo Básico em postura de luta. “Vamos subir ao som da marcha fúnebre e descer bradando palavras de ordem ao som da bateria”, explicou.
Bruna Garcia relata que os estudantes da pós-graduação têm marcado presença em todas as movimentações em defesa da ciência e da educação que estão acontecendo tanto na esfera nacional como local. Por isso, a importância do ato que acontece hoje na Universidade. “Estamos participando de todas as mobilizações desde o início dos ataques frontais às instituições de ensino públicas, colocando em xeque, inclusive a legitimidade das instâncias como associações, diretórios, etc”, argumentou.
A coordenadora destaca ainda que o cenário atual levou a uma maior sistematização da APG que se encontrava inativa. Em 11 de setembro, ela foi oficialmente formalizada e, assim, atuado mais ostensivamente na luta em defesa da ciência e da educação pública.
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