Começou a 1ª edição do UnicampAfro, evento realizado pela Unicamp com o objetivo de discutir temas ligados à contribuição da cultura africana na formação da identidade brasileira durante o mês da consciência negra. A abertura oficial ocorreu na sexta-feira (1), com uma roda de conversa sobre o combate à discriminação e à intolerância religiosa na educação.
Nesta semana, a programação conta com atividades que destacam a importância de se refletir sobre as demandas da população negra e o combate ao racismo nas áreas da educação e da saúde. Até o dia sete de novembro, o Instituto de Geociências realiza a XII Semana de Geografia da Unicamp, que neste ano tem como tema "Por uma Geografia Afrocentrada", com discussões sobre o ensino da geografia africana e da diáspora negra no Brasil. Haverá conferências, oficinas e apresentações de trabalhos. A relação das atividades pode ser conferida no site do evento.
As discussões sobre educação contam ainda com debates sobre o racismo institucional nas universidades, sobre a aplicação cotas étnico-raciais para pós-graduação e para a contratação de docentes.
Já na quinta-feira (7) será realizado um debate sobre a saúde da comunidade negra, discutindo como a questão racial impacta no atendimento à saúde de negras e negros. Ela contará com participação das professoras Silvia Santiago (FCM) e Débora Santos (FEnf) e de Mãe Dango, da Casa do Arco-Íris. A mediação será do professor Gilberto Alexandre. Será às 14h no auditório do Laboratório de Imagem e Som (LIS), do Instituto de Artes (IA).
A semana ainda conta com exposições, oficinas culturais e rodas de conversa no campus da universidade e no CIS Guanabara. Confira a programação completa no site do UnicampAfro.
Mês dedicado à questão negra na universidade
A ideia de reunir todas as atividades alusivas à consciência negra em um grande evento surgiu como uma continuidade e um aprofundamento das ações afirmativas realizadas pela universidade desde a implementação do sistema de cotas étnico-raciais no vestibular da Unicamp. A medida foi aplicada pela primeira vez na edição 2019 da prova, que destinou 25% das vagas para candidatos autodeclarados pretos e pardos. A criação do Vestibular Indígena também acompanhou essas ações, pensadas para ampliar a diversidade no espaço acadêmico.
Para isso, uma série de audiências públicas foram realizadas para discutir com a comunidade universitária as melhores formas de se organizar para promover essas ações. As propostas incluíram a criação da DEDH em março deste ano e, em agosto, da Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial. "Pensamos que o UnicampAfro seja um momento de reflexão e, ao mesmo tempo, inserção. E, por outro lado, um início de conversa para se pensar o negro aqui na Unicamp e como a gente faz essa integração com a sociedade", comenta Debora Jeffrey, presidente da Comissão.