Estudantes indígenas, quilombolas, de comunidades ribeirinhas ou extrativistas, vindos do Pará, devem participar da primeira edição do programa Ciência e Arte "Povos da Amazônia" (Capa), entre 13 de janeiro a 20 de fevereiro de 2020. São alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA) que receberão bolsas para desenvolver atividades na Unicamp, a exemplo do que já acontece com os estudantes do ensino médio no programa “Ciência e Arte nas Férias”. O convênio entre Unicamp, UFPA e o banco Santander, patrocinador das bolsas oferecidas, foi assinado na manhã desta sexta-feira, 22, no Gabinete do Reitor.
Foi justamente a experiência bem-sucedida da Unicamp com o “Ciência e Arte nas Férias” que possibilitou mais rapidez no estabelecimento do novo programa, segundo o reitor Marcelo Knobel. Para esta primeira edição serão oferecidos quatro projetos nas áreas de alimentos, qualidade da água e saúde. Os estudantes selecionados vão trabalhar nos laboratórios com os pesquisadores e docentes responsáveis. Uma vez na semana devem participar de oficinas. Neste caso serão cinco, incluindo as áreas de robótica e matemática. Knobel destacou a presença do grupo de estudantes indígenas da Unicamp. Muitos alunos já se dispuseram a trocar experiências com os colegas temporários.
O reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, explicou que os alunos representantes dos povos tradicionais da Amazônia podem ingressar na universidade paraense por meio de processo seletivo especial com reserva de vagas para indígenas e quilombolas. Um dos cursos com maior número de vagas para essas populações é o de graduação em Etnodesenvolvimento, ofertado em Altamira, no sudoeste do Pará. Tourinho afirma que o programa Capa, da Unicamp, representa mais uma oportunidade para os alunos que já vêm enriquecendo o cotidiano da UFPA.
Steven Assis, superintendente do seguimento universidades do Banco Santander e Karine Bueno, da área de sustentabilidade, destacaram a união de diferentes setores para ampliar conhecimentos para as regiões dos povos tradicionais da Amazônia. Da mesma forma salientaram os impactos positivos que a presença dos estudantes vai trazer para a Unicamp.