A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) aplicou no último domingo, 1º de dezembro, a prova da segunda edição do Vestibular Indígena da Universidade. O exame foi realizado em seis cidades do país e atingiu a marca de 961 candidatos presentes, o triplo do ano anterior, quando 354 estudantes fizeram a prova. O exame foi aplicado nas cidades de Bauru (SP), Campinas (SP), Caruaru (PE), Dourados (MS), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM) e o índice de abstenção total foi praticamente o mesmo registrado no ano passado: 42,6% contra 42% no ano anterior. Os índices de abstenção por cidade estão disponíveis na tabela abaixo. A prova transcorreu sem nenhuma ocorrência em todos os locais. O gabarito da prova será divulgado na próxima quarta-feira, 4/12, na página eletrônica da Comvest: www.comvest.unicamp.br. A primeira chamada para matrícula será divulgada dia 6 de janeiro de 2020.
Este ano, a menor abstenção foi registrada justamente na cidade com maior número de inscritos no Vestibular Indígena 2020: Tabatinga, no Estado do Amazonas. O município foi inserido pela primeira vez esse ano, no lugar de Manaus e dos 837 inscritos, 523 compareceram para fazer a prova. O índice de 37,5% foi comemorado pela Comissão de Vestibulares. “Isso mostra que acertamos ao transferir a prova de Manaus para Tabatinga, pois havíamos percebido que a maior demanda de público estava justamente naquela região”, disse o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto.
Já na outra cidade do Amazonas em que a Comvest aplica a prova, São Gabriel da Cachoeira, que havia sido no ano passado o local com maior procura, dos 513 inscritos, 287 fizeram a prova, ou seja, uma abstenção de 44%.
Vestibular Indígena 2020 Índice de abstenção |
|
Cidade |
2020 |
2019 |
||||||
Pres. |
Aus. |
Total |
%Aus |
Pres. |
Aus. |
Total |
%Aus |
|
CAMPINAS-SP |
83 |
66 |
149 |
44,3% |
52 |
32 |
84 |
38,09% |
BAURU-SP* |
20 |
13 |
33 |
39,4% |
- |
- |
- |
- |
CARUARU-PE* |
17 |
52 |
69 |
75,4% |
- |
- |
- |
- |
DOURADOS-MS |
31 |
43 |
74 |
58,1% |
8 |
16 |
24 |
66,67% |
MANAUS-AM |
- |
- |
- |
- |
61 |
46 |
107 |
42,99% |
RECIFE-PE |
- |
- |
- |
- |
11 |
34 |
45 |
75,56% |
TABATINGA-AM* |
523 |
314 |
837 |
37,5% |
- |
- |
- |
- |
SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA-AM |
287 |
226 |
513 |
44,1% |
222 |
128 |
350 |
36,57% |
Total |
961 |
714 |
1675 |
42,6% |
354 |
256 |
610 |
41,97% |
* Novas cidades de aplicação em 2020.
A prova foi em língua portuguesa, composta de 50 questões de múltipla escolha, distribuídas entre Matemática, Linguagens e códigos, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e uma Redação. As questões buscaram uma aproximação à realidade dos estudantes indígenas, com temas e debates sobre a diversidade linguística dos grupos indígenas, o turismo em terras indígenas, a figura de Chico Mendes e o debate sobre a preservação da Floresta Amazônica, entre outros.
José Alves destacou a importância da prova para a seleção de estudantes que contribuam com a construção de uma universidade mais plural, especialmente em um momento de ameaça a toda essa diversidade indígena. “Buscamos fazer uma prova muito próxima da leitura de mundo dos estudantes indígenas, de maneira que tivessem condição de realizá-la para, posteriormente, ajudar na construção de uma universidade mais plural do ponto de vista epistemológico inclusive”, salientou.
Em relação ao número de estudantes que fizeram o exame este ano, o diretor da Comvest afirmou que “pelo grande número de presentes, temos a perspectiva de um bom critério de seleção no Vestibular Indígena”.
Para serem aprovados, os estudantes precisam acertar, no mínimo, 10 questões de múltipla escolha e obter, no mínimo, cinco pontos na prova de Redação (de um total de 25 pontos).
Este ano, a Comvest oferece 96 vagas nessa modalidade de ingresso. Os cursos mais procurados são: Enfermagem (398 inscritos), Farmácia (165), Pedagogia (103), Nutrição (95), Administração (88), Educação Física (82), Ciências Biológicas (55), Administração Publica (49), Educação Física Noturno (47) e Engenharia Elétrica (46).