Teve início na manhã desta sexta-feira (6) o Curso de Formação de Mediadores e Conciliadores, oferecido pela Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp. Trata-se de uma das etapas de implantação da Câmara de Mediação e Ações Colaborativas da Unicamp, instituída em agosto último e vinculada à Ouvidoria da Universidade. Ao final do curso, os 73 alunos, entre funcionários e docentes, que compõem a turma, estarão habilitados a atuar como mediadores na resolução de conflitos na Universidade.
“A Câmara iniciará os trabalhos tão logo a turma esteja formada, pois a nossa expectativa é diminuir a quantidade de sindicâncias e litígios e estimular o diálogo na resolução de conflitos para uma convivência harmônica”, destacou a ouvidora Maria Augusta Pretti Ramalho, durante a cerimônia de abertura.
Segundo a diretora executiva da Educorp, Mônica Rovigatti, um aspecto fundamental da iniciativa é que o grupo formado na Unicamp também poderá, se cumpridas as exigências do estágio obrigatório, desempenhar a função em mediações externas, uma vez que a Educorp conseguiu o credenciamento junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. “Foi uma conquista, visto que o curso ganha um reconhecimento e atende às diretrizes da Escola Nacional de Formação de Aperfeiçoamento dos Magistrados”, declarou.
O reitor e também idealizador da Câmara de Mediação expressou, durante cerimônia de abertura, sua satisfação em estar concretizando algo que faz parte das iniciativas para uma mudança na cultura institucional. “Queremos melhor qualidade nas relações em nossa comunidade e, embora o conceito de mediação não seja novo, porém dentro das instituições tem sido algo burocrático”, avaliou. Ele lembra que uma das suas maiores dificuldades quando assumiu a gestão da Universidade foi precisar tomar decisões e ser “juiz” em determinadas situações. “Precisei fazer coisas que não sei e não fui capacitado para tal. Não é uma tarefa fácil, por isso esta primeira turma tem a responsabilidade de abrir caminhos”, estimulou.
O desembargador José Carlos Ferreira Alves, coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, também participou da mesa de abertura, bem como proferiu a aula inaugural do curso. Ao elogiar a iniciativa apontou que a história está apenas em seu início. “É animador iniciar algo dentro de uma universidade com estas características”, salientou.
Escopo geral do curso - Mônica Rovigatti explica que há cerca de um ano a Educorp tem trabalhado para organizar tanto o escopo geral, quanto as questões logísticas que envolvem um curso desta natureza. “Durante a prospecção buscamos um formato que atendesse as demandas da Câmara de Mediação e que trouxesse para a Universidade especialistas no país na área de conciliação de conflitos”.
O conteúdo programático foi todo concebido e organizado pelo professor da Faculdade de Direito da USP José Antonio Rodrigues de Freitas Junior e pela advogada Célia Regina Zapparolli Rodrigues de Freitas. Ambos têm atuação exemplar na área de mediação e conciliação e serão os coordenadores do curso que terá duração de 60 horas e, especialmente, os alunos que completarem 60 horas de estágio serão habilitados para atuar como mediadores nas causas externas.
A seleção dos participantes teve como princípio a indicação de parte das vagas para pessoas ligadas à temática do curso. Outras 20 vagas foram oferecidas a funcionários em geral com interesse em atuar em mediação e conciliação de conflitos. Há também outras sete vagas destinadas a participantes externos da Universidade.
A jornalista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Camila Delmondes Dias está animada com o início das aulas. Ela é responsável pela comunicação interna e externa da Faculdade por meio do canal Fale Conosco e não teve dúvidas em se inscrever para o Edital que ofereceu 20 vagas para os interessados em geral, com o objetivo de aprimorar o seu desempenho. “Há muitas formas de se resolver um conflito. Na minha opinião falta diálogo e entendimento, principalmente, entre chefias e subordinados”, presume. Ela acredita que muitos dos conflitos dentro da Universidade é um reflexo do que está acontecendo fora dos muros. Por isso, o curso é um momento de aprofundar as reflexões sobre o tema.