Uma vivência intensa na Unicamp, com oficinas e estágios de iniciação científica, faz parte do cotidiano de 160 estudantes de nível médio, oriundos de 41 escolas da rede pública de ensino da região de Campinas, Limeira e Piracicaba, desde a segunda-feira (6). As atividades compõem o 18º Programa Ciência e Arte nas Férias (CAF), que segue até o dia 31 de janeiro e possibilita uma aproximação dos jovens com o ambiente universitário.
A programação do CAF, que é organizado pela pró-reitoria de Pesquisa da Unicamp, envolve todas as áreas do conhecimento. São 11 oficinas, abertas ao grupo inteiro de estudantes, e 38 atividades de estágio de pesquisa. Destas, participam quatro alunos em cada laboratório.
Para a estudante Júlia Paixão, que realizou a oficina Eletricidade e Eletroquímica na quarta-feira (8), o CAF é um programa que está propiciando uma experiência intensa. “O Ciência e Arte nas Férias é incrível. Ele dá oportunidade da gente pensar além e também de solucionar alguns problemas sozinhos”, afirma.
A estudante, que já decidiu prestar o vestibular 2021 visando uma vaga no curso de Ciências Farmacêuticas na Unicamp, também elogia os professores e monitores pelo trabalho didático, o que, para ela, torna o ensino mais leve. “Ao mesmo tempo em que você vê a teoria, já tem o laboratório para se fazer prática. E gosto muito de fazer a parte teórica porque eles falam de uma forma mais clara e simples, para entendimento de todos que estão assistindo”.
Segundo o professor responsável pela oficina da qual participava Júlia, Fernando Galembeck, o formato da atividade propicia um aprendizado prático, fundamental no ensino de ciências. “O ensino de ciências tem que ser experimental, ninguém aprende ciências na lousa e no livro, tem que colocar a mão na massa”, afirma. Outra contribuição é o exercício do que chama de “mão inteligente”. “Isso quer dizer que a mão faz a coisa, mas faz sempre informada pela observação do estudante”, explica. Ele também evidencia o fato do Programa oferecer um aprendizado também aos estudantes da Unicamp que trabalham como monitores. Os graduandos acabam aperfeiçoando as práticas pedagógicas conforme auxiliam nas atividades das oficinas e nos laboratórios.
Universidade para todos
Durante a abertura do CAF, realizada no Centro de Eventos na segunda-feira (6), o pró-reitor de Pesquisa e anfitrião do evento, professor Munir Salomão Skaf, salientou que um dos pontos fundamentais do Programa é desmistificar a visão de que a Universidade é inacessível aos estudantes de escola pública. Além disso, explica, o CAF possibilita firmar a importância das ciências e das artes na sociedade. “Há um efeito multiplicador da disseminação da importância do conhecimento científico”, disse.
O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, também assinalou a importância dos estudantes conhecerem melhor uma universidade pública, principalmente em um contexto de ataque a estas instituições de ensino. “Vocês irão encontrar aqui pessoas dedicadas à uma educação e a um futuro melhor para o país, à melhoria das condições de vida para a população e para a situação do planeta, com uma preocupação muito grande com o futuro”, afirmou, dirigindo-se aos estudantes.
No evento de abertura, também compuseram a mesa a assessora da pró-reitoria de Graduação (PRG), Mara Mikahil, representando a pró-reitora, Eliana Amaral; a representante a Secretaria de Educação de Campinas, Flávia Guimarães, e o professor João Frederico Meyer, que foi responsável pela palestra de abertura do CAF, intitulada “O que vale é o brilho nos olhos”.