Chegando à 15ª edição, o Festival Internacional de Teatro de Campinas, ou Feverestival, acontece entre 8 e 14 de fevereiro. A programação, além das apresentações teatrais de rua e para o público adulto e infantil, neste ano, também conta com ações pedagógicas. O tema central do 15º Feverestival é “Futuros Desejáveis”, sinalizando a reflexão sobre qual projeto de mundo a sociedade vem sendo buscado, indagação que perpassa de diferentes formas os espetáculos.
“Estamos oferecendo pistas e reflexões que, juntas, fazem parte desse leque dos futuros desejáveis”, diz a coordenadora geral do 15º Feverestival, Bruna Schroeder. Para ela, o teatro e as artes são capazes de oferecer imagens e narrativas para que se consiga fazer associações com a realidade e, assim, transformar o modo como se olha e se absorve o mundo. “O teatro injeta na gente um outro sentido de mundo, um outro sentido de vida e isso por si só é um elemento transformador do cotidiano”, observa.
A difícil tarefa da curadoria
A curadoria do 15º Feverestival teve a tarefa de selecionar cinco propostas, entre as mais de 400 inscrições. Uma das preocupações foi contemplar as macrorregiões brasileiras: norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Além disso, o fio que amarra os espetáculos é o alinhamento a uma reflexão sobre o passado e sobre o presente. “Existe a dureza da realidade. E, para um futuro coletivo, sonhador e desejável acontecer, é preciso olhar para a dureza de agora”, aponta Helena Agalanéa, membro da equipe de curadoria, que é composta ainda por Cynthia Margareth, Carlos Gomes, DandaraLequi, Helena Agalenéa e Isis Madi.
Para Helena, é preciso compreender que, dentre as narrativas históricas, muitas vozes foram apagadas. Sendo assim, a programação abarca as potências dessas narrativas. “Muitos dos selecionados contemplam esses corpos que por muito tempo não puderam falar porque eram silenciados e assassinados”, explica.
Além dos selecionados, um espetáculo internacional, do grupo mexicano Vaca 35 Teatro, foi convidado ao evento, trazendo um caráter da identidade latino-americana buscado pela equipe de organização do festival.
Origem do Feverestival
Iniciado em 2003, o Feverestival surgiu a partir da demanda de artistas por espaços de compartilhamento de pesquisas e processos cênicos resultantes de oficinas e cursos do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp (Lume Teatro), do Barracão Teatro e do Boa Companhia.
Neste ano, o núcleo responsável pela organização é composto de Bruna Schroeder, DandaraLequi, Dudu Ferraz, Lucas Michelani, Victor Ferrari e Vini Silveira, todos ex-alunos da Unicamp. Além disso, 14 estudantes da Universidade atuam como bolsistas na equipe. As bolsas, da modalidade Programa de Auxílio a Projetos Institucionais (PAPI), terão a duração de um mês. A realização do evento é do governo do estado de São Paulo, Sorella Produções Artísticas e pelo Feverestival, em parceria com a Unicamp, através do Lume, da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen) e Serviço de Apoio ao Estudante (SAE).
Programação
A programação, neste ano, estará mais espalhada pela cidade de Campinas. Os espetáculos ocorrem no Teatro Castro Mendes, no Sesi, no Sesc, no Casarão, na Casa de Cultura Tainã e em espaços públicos centrais, como a Praça Bento Quirino. Haverá recursos de acessibilidade: audiodescrição e libras. Confira aqui.