A equipe FSAE Unicamp chegou na frente e foi campeã da Fórmula SAE Brasil 2019. O desempenho dos estudantes garantiu a eles a classificação para a Fórmula SAE Internacional, que ocorre entre os dias 6 e 9 de maio no Michigan International Speedway, autódromo na cidade de Brooklyn, no estado de Michigan. O local é famoso por sediar as provas da NASCAR. Cerca de 3500 estudantes, de 8 países, vão disputar o título mundial da prova de automobilismo estudantil. Os vencedores levam para casa não apenas o troféu, mas uma grande experiência profissional que abre muitas portas para o futuro.
Além de toda a preparação técnica necessária para a competição nos Estados Unidos, o que inclui aperfeiçoamentos no carro F2019 para condições diferentes, como pista, clima e combustível, a equipe agora busca patrocinadores que auxiliem o grupo com os custos da viagem. Os principais valores são o das passagens dos 20 integrantes que irão para a competição e o transporte do carro de Campinas até o autódromo, o que demanda cuidados especiais. De acordo com o grupo, só esse transporte já representa um custo estimado entre R$ 110 e R$ 120 mil reais. Entram ainda na conta estadia e alimentação dos estudantes, aluguel de box para o carro durante a competição, além de custos com passaportes e vistos, já que essa será a primeira experiência internacional de vários membros do grupo.
Para isso, a FSAE Unicamp espera conseguir o apoio de empresas, entidades privadas e pessoas físicas que queiram contribuir com o grupo. As contribuições podem ser feitas por meio do Programa Parceiros da Unicamp, que facilita a doação de recursos financeiros ou bens móveis e imóveis à universidade. As informações e formulários do programa estão disponíveis na página da Diretoria Executiva de Administração (DEA). O grupo também criou uma campanha de arrecadação no site Abaca$hi.
"A gente não completava a prova desde 2014"
A FSAE Unicamp se destaca na Fórmula FSAE desde 2006, ano em que a equipe foi criada. Mais de 200 alunos já passaram pelo grupo e hoje aplicam o conhecimento propiciado pela competição em grandes empresas do mundo. Esta será a 4ª vez que eles participam de uma etapa internacional da prova. O último grande resultado conquistado pela equipe foi em 2015, quando eles ficaram em 3º lugar na prova de aceleração.
Na etapa nacional de 2019, a equipe se destacou entre as 44 equipes e conquistou o 1º lugar na classificação geral. Eles também destacam o desempenho na prova de enduro, a corrida, mais importante de toda a competição. Por conta de problemas técnicos nas provas anteriores, desde 2014 a equipe não completava os 22 km do percurso, o que eles já consideraram uma grande realização.
Eles também foram reconhecidos pela organização e cuidado com as regras da competição, recebendo o troféu de equipe mais bem avaliada na inspeção técnica que ocorre antes da prova. "Foi bom não só pelo troféu, mas como nós saímos das provas de inspeção muito cedo, a gente teve tempo de se concentrar bastante nas provas que contam realmente pontos, fazer os ajustes necessários e ter os resultados que a gente conseguiu. O principal diferencial era o de que a gente sabia o que ia encontrar lá, sabia o horário que precisava voltar, quando a gente estava atrasado, quando não estava. Isso, com certeza, foi um diferencial muito grande", explica Renan Amorim Rodrigues, capitão da equipe.
Vencendo e inovando
Outro destaque da equipe foi a inovação aplicada no carro utilizado para a competição, o F2019. Lançado em outubro, o protótipo tem entre seus diferenciais o chassi feito de aço microligado ao nióbio, composto que o torna mais resistente nas competições. A vitória do grupo na Fórmula FSAE comprovou a resistência do carro e as vantagens de se utilizar a tecnologia na construção de protótipos. Agora, a experiência da equipe é um exemplo de sucesso para que montadoras passem a analisar a viabilidade da tecnologia em seus veículos.
A equipe da Unicamp será a única representante do Brasil na competição internacional. Os estudantes garantem que vão fazer o melhor possível para representar a universidade e todo o país. "Sempre existe um apoio muito grande entre as equipes para a que vai competir fora do país, na prova mundial. O que a gente mais espera é representar bem todas as equipes do país e a nossa universidade", destaca Renan.