A Unicamp acaba de lançar uma campanha de doação de livros para instituições do Estado de São Paulo, com o propósito de difundir produções intelectuais de qualidade, tornando obras de cunho técnico, artístico e científico acessíveis a públicos diversos. São mais de 60 mil livros que estarão disponíveis para bibliotecas públicas municipais, de escolas, de universidades e de presídios, além de dispor títulos para organizações não governamentais sem fins lucrativos (ONGs).
A Editora da Unicamp mantém em seu catálogo 500 títulos disponíveis para compra, no entanto, muito mais do que comercializar obras, o órgão tem como objetivo principal compartilhar conhecimento e incentivar a leitura em todos os espaços. Segundo o reitor Marcelo Knobel, essa é mais uma iniciativa de contribuição da Universidade para a cultura, a literatura e a educação do país. "Estamos aproveitando a oportunidade e doando livros para diversos setores da sociedade, diversos locais que têm essa necessidade e que, certamente, trará também uma difusão maior dos nossos títulos e daquilo que é publicado pela Editora Unicamp", afirma.
A campanha foi estruturada de forma a entregar para cada público títulos que abordem assuntos relacionados aos seus interesses, portanto, foram organizados três lotes. O lote A são livros destinados às bibliotecas de escolas de Ensino Médio e traz títulos como O demônio familiar, de José de Alencar e O futuro, de Machado de Assis. Já o lote B, reservado para bibliotecas não especializadas, contém obras como Gramática do português falado, de Ataliba Castilho e Saúde reprodutiva na esfera pública e política, de Maria Coleta Oliveira. O lote C é indicado para bibliotecas universitárias e possui títulos como Por uma arquitetura dos espaços abertos, de Flávia Brito Garboggini e Tópicos em termodinâmica estatística e processos dissipativos, de Roberto Luzzi.
As solicitações serão recebidas somente até o dia 16 de maio e o edital completo pode ser acessado para se obter todas as informações e a relação completa dos títulos designados para cada lote.
Estímulo à leitura
De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró Livro (2016), a média anual de livros lidos pelos brasileiros entre 2011 e 2015 foi de apenas 4,96 e, destes, somente 2,43 foram lidos do começo ao fim. Além disso, os dados mostraram que 44% da população ainda não possuía o hábito de leitura e 30% nunca havia comprado um livro. Tais números não só evidenciam a necessidade de ações de estímulo à leitura, como também revelam a importância de disponibilizar para a população um acervo com conteúdo atrativo e útil, sem a necessidade de gastar dinheiro.
Órgãos que poderão ser contemplados com a doação de livros:
Bibliotecas públicas - São ambientes fundamentais na trajetória de qualquer cidadão. Ações para a promoção das bibliotecas são sempre bem-vindas, especialmente quando transformam em um espaço mais atrativo para as pessoas. Atualmente, 29% dos brasileiros veem as bibliotecas como um local para obter livros e destacam o empréstimo como uma das principais formas de acesso às obras. Porém, apesar de 55% afirmarem o conhecimento da existência de bibliotecas públicas, 66% declaram não ter o hábito de frequentá-las (Instituto Pró Livro /2016).
ONGs - Desenvolvem projetos que estimulam a leitura, principalmente, para grupos socialmente desfavorecidos. São instituições que merecem todo apoio. O Brasil é o terceiro país com maior desigualdade em níveis de leitura (Portal Iede /2018). Indivíduos pertencentes a classes econômicas mais baixas e com nível de escolaridade menor são os que possuem maior dificuldade para ler e os que têm uma visão menos prazerosa da atividade de leitura (Instituto Pró Livro /2016).
Presídios - Além de contribuir para a diminuição da pena dos detentos, o Programa de incentivo à leitura, desenvolvido dentro das penitenciárias, dá oportunidade para o indivíduo enxergar sua situação e seu futuro na sociedade a partir de uma nova perspectiva. A qualidade e o conteúdo dos livros adotados são fatores fundamentais para o êxito do projeto. Hoje, para participar da ação, os detentos precisam ler ao menos um livro por mês e escrever um texto sobre a obra lida. Posteriormente, os textos são avaliados por professores e devem atingir a nota mínima de 6.