Confira a entrevista completa com Eliana Amaral, pró-reitora de Graduação da Unicamp, concedida à Rádio Unicamp.
Com a suspensão das atividades de ensino presenciais, por conta da pandemia de coronavírus, a Unicamp vem buscando formas de garantir que as atividades acadêmicas sejam mantidas, sem prejudicar o andamento dos cursos e formação dos estudantes e cumprindo com sua função social de promover a educação e a ciência. Uma das opções encontradas é o estímulo ao uso de tecnologias digitais de ensino, possibilitando aos docentes a realização de aulas e atividades remotas. A medida foi determinada por meio da Resolução GR 25/2020.
Segundo Eliana Amaral, pró-reitora de Graduação da Unicamp, a iniciativa é uma forma de mudança nas estratégias educacionais da universidade para que os cursos de graduação passem por este período excepcional comprometendo o mínimo possível os cronogramas e mantendo a qualidade do ensino. Por conta disso, ela explica que todas as propostas de atividades didáticas pelos meios digitais devem estar de acordo com os currículos e projetos pedagógicos dos cursos e precisam da anuência dos coordenadores e dirigentes das unidades de ensino da Unicamp. As discussões para o levantamento de projetos e alternativas às atividades presenciais para o período já estão em andamento nas faculdades e institutos e todas as propostas serão encaminhadas à Pró-Reitoria de Graduação (PRG).
Eliana esclarece que os cursos que necessitam da estrutura de laboratórios ou de atividades práticas que sejam essencialmente presenciais não serão prejudicadas e poderão ser realizadas assim que o período de suspensão for encerrado. "Nesses casos, os professores podem optar por trabalhar o conteúdo teórico com os alunos por meio de aulas em vídeo e, depois que as aulas presenciais retornarem, aplicam isso que foi trabalhado on-line em laboratório", exemplifica a pró-reitora.
Apoio do (EA)² e GGTE
Para que os docentes formulem suas propostas de adaptação das atividades para o ambiente on-line, eles podem contar com o trabalho do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem - (EA)² e do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE) da Unicamp. Os dois órgãos atuam na busca por soluções para o desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional dos professores da universidade e no desenvolvimento de novas metodologias que possam explorar as potencialidades das ferramentas digitais.
Soely Polydoro, coordenadora do (EA)², destaca que a missão do espaço não é apenas incentivar a incorporação de novas tecnologias e metodologias nos cursos, mas também oferecer aos professores conteúdos que estimulem a reflexão sobre seu fazer pedagógico e a importância da qualidade nas práticas de ensino-aprendizagem, promovendo uma formação constante corpo docente. "Não basta fazer uma aula diferente, com tecnologias. Isso deve ser previsto no planejamento e nos projetos pedagógicos das disciplinas", comenta Soely. A coordenadora também explica que o (EA)² orienta aos professores que planejem essas atividades considerando as limitações que os alunos possam ter por não estarem presentes na universidade e pela própria situação da pandemia. Para isso, incentiva o diálogo constante com os alunos e o estabelecimento de uma relação de confiança.
Ela também destaca que as ferramentas digitais disponíveis aos docentes também contam com espaço para grupos de discussão entre os professores, onde eles podem trocar experiências, e também canais de comunicação com a equipe do (EA)², que estão prontos para tirar dúvidas e orientar no que for necessário. Também ficará disponível aos professores o acesso a e-books e materiais didáticos que possam enriquecer as atividades e conteúdos propostos.
Ferramentas acessíveis a todos
Apesar de ser uma prática incentivada na Unicamp há alguns anos, o uso de tecnologias digitais no ensino ainda é uma novidade para alguns docentes. Pensando nisso, o site do (EA)² foi elaborados de uma forma acessível a todos os professores, sempre com o objetivo de facilitar o acesso aos tutoriais e conteúdos e às ferramentas digitais. "Temos uma grande variedade de professores, desde os que são mais leigos no uso de tecnologias até os mais experientes, que participam das atividades da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), então a página é simples e direta", destaca Marco Antonio de Carvalho, coordenador do GGTE.
Ele explica que as plataformas digitais disponíveis aos professores, principalmente os sistemas Moodle e Google Classroom, permitem que os docentes criem ambientes virtuais de interação com os alunos, por meio de canais de áudio e vídeo, gravem aulas em vídeo utilizando slides e telas explicativas e publiquem esses conteúdos e os disponibilizem aos alunos ou ainda ao público em geral, como é o caso dos cursos no formado MOOC (Massive Open Online Courses). Marco também destaca que os professores podem acessar as atividades e conteúdos já disponibilizados on-line pela Univesp. Segundo ele, a universidade disponibilizou cerca de 300 disciplinas, de diversas áreas do conhecimento, de onde os docentes podem tirar ideias de estratégias para utilizar também em suas disciplinas. "Algo de qualidade, produzido por uma instituição pública e que tem parceria com a Unicamp, precisa ser reconhecido", comenta.
Marco ressalta ainda que os profissionais do GGTE também estão à disposição dos professores que tiverem dúvidas em relação ao uso das ferramentas e às possibilidades de ação. O contato podem ser feito por telefone ou e-mail.