A Unicamp tem cinco docentes entre os 22 brasileiros que aparecem no ranking de melhores pesquisadores do país em Ciência da Computação e Eletrônica, elaborado pelo portal Guide 2 Research, que reúne notícias, informações, conferências e periódicos da área. Aparecem no ranking os professores José Claudio Geromel, Pedro Peres e Fernando Von Zuben, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), José Mario Martinez, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), e Alexandre Falcão, do Instituto de Computação (IC).
A pesquisa elegeu os pesquisadores mais influentes de acordo com o impacto de suas pesquisas e publicações, levando em consideração três métricas: número de citações contabilizadas; publicações catalogadas pelo Digital Bibliography & Library Project (DBLP), repositório de Ciência da Computação vinculado à Universidade Trier, na Alemanha; e o chamado índice H, número utilizado para avaliar a média entre a quantidade de publicações de um pesquisador e o impacto que elas têm no meio científico. A Unicamp é a segunda universidade do país com mais pesquisadores entre os que se destacaram no ranking.
Destaques na FEEC
Entre os destaques do ranking, três fazem parte do corpo docente da FEEC. José Cláudio Geromel aparece como 3º mais importante da área no país; Pedro Peres se destaca como 15º e Fernando Von Zuben como 19º colocado. O diretor da faculdade, professor José Alexandre Diniz, avalia que o desempenho da unidade é um reconhecimento pelo trabalho que a unidade desenvolve desde sua origem. "Isso enaltece o trabalho feito historicamente pela nossa faculdade, que sempre esteve entre as melhores escolas da área no Brasil e na América Latina. Expõe o ótimo trabalho desenvolvido, é um orgulho para todos nós", comemora o diretor. Ele também ressalta o quanto o reconhecimento reforça a importância da ciência para a sociedade: "Estamos em uma época em que a importância das universidades é questionada, mas a própria pandemia do coronavírus mostrou o quando a ciência é necessária", comenta Diniz.
José Claudio Geromel destaca que o reconhecimento obtido por rankings do tipo mostram não apenas o quanto os pesquisadores brasileiros produzem de ciência, mas também que suas pesquisas têm impacto para a vida das pessoas. "Fiquei muito feliz em receber essa notícia, é o reconhecimento de meu trabalho como cientista que tenta contribuir com a ciência do país e dentro da minha área. Rankings assim têm a importância de incentivar outros pesquisadores a também contribuírem com o avanço da sociedade, ainda mais no momento em que estamos vivendo", afirma o professor.
De acordo com Pedro Peres, conquistas como essa não seriam possíveis sem o trabalho realizado em conjunto por diferentes órgãos da faculdade e da Unicamp. obtida. "A colocação foi obtida com o amparo acadêmico da Unicamp e da FEEC, fruto de colaborações de todos os ex-alunos de mestrado, doutorado, pós-doutorandos, e colegas com quem tenho trabalhado ao longo de todos esses anos", reflete Pedro. Já Fernando Von Zuben comenta que, com a ampliação do campo de estudos em inteligência computacional, área à qual ele se dedica, é importante que os pesquisadores se empenhem na busca por soluções simples, de fácil aplicação e que façam a diferença na vida das pessoas. "O trabalho na Engenharia de Computação tem várias facetas, atualmente a frente que mais aparece é dos algoritmos. As pesquisas nessa área com grande destaque são aquelas que desenvolvem soluções simples e de fácil aplicação na vida das pessoas, mas não é raro que, para isso, a gente precise dedicar mais tempo e recursos nas pesquisas", salienta o professor.
"Minha maior satisfação é ter formado muitos estudantes"
Além da FEEC, o IMECC e o IC também tiveram seus professores entre os mais influentes da Ciência da Computação. José Mario Martinez (IMECC) aparece na 7ª posição do ranking e Alexandre Falcão (IC), em 10º lugar. José Mario comenta que sempre trabalhou com diferentes aplicações da matemática e atribui o destaque obtido às universidade e instituições públicas onde estudou e atuou e também às agências de fomento à pesquisa. "Independentemente da classificação em diversas áreas do conhecimento, é importante ser consequente com o imperativo central da ciência, que é o de procurar permanentemente a confirmação ou refutação por fatos. Minha maior satisfação é ter formado muitos estudantes que atuam com sucesso em diversas universidades de América Latina", celebra o professor.
Para Alexandre Falcão, as relações estabelecidas entre professores e alunos e os contatos que se mantém por meio de orientações e pesquisas desenvolvidas em conjunto são fatores que contribuem para que sua atuação tenha o destaque como este, obtido por meio do ranking. "Acredito que este seja o resultado da minha estratégia de pesquisa, empenho na formação de alunos de pós-graduação, sobretudo de doutorado, e da interação com pesquisadores do Brasil e do exterior. Eu busco problemas de interesse da comunidade acadêmica na minha área de atuação, busco resolver esses problemas com soluções originais, e não incrementais, e sempre que possível gerando resultados para a sociedade", analisa Falcão.