A gestão inteligente e o tratamento do esgoto com o mínimo de impacto ambiental são demandas crescentes da sociedade, não somente para grandes centros urbanos, mas também para áreas rurais. Com essa proposta, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura da Unicamp (FEC), em parceria com profissionais da empresa MarquesParizotto Engenharia, uniram esforços e desenvolveram uma unidade compacta e modular de tratamento de esgoto.
Cada módulo do sistema desenvolvido possui capacidade para tratar em média mil litros de esgoto e, caso seja necessário ampliar a capacidade de tratamento, há a possibilidade de montar um sistema de tratamento integrando mais módulos.
Com patente requerida pela Agência de Inovação Inova Unicamp junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a tecnologia foi licenciada pela empresa MarquesParizotto em caráter exclusivo e é composta por biofiltros ligados em paralelo, denominados de módulo de filtros, com entrada de esgoto bruto e uma saída de efluente tratado. Os biofiltros são formados por biomassa e vermes (minhocas), mas Marcelo Mareco, que é engenheiro ambiental na MarquesParizotto e também inventor da tecnologia, explica que a novidade não se trata do uso da técnica da vermifiltração, mas sim na configuração de um sistema que amplia sua aplicabilidade e potencialidade.
“A novidade é a criação de um sistema compacto, não dependente de superestruturas de alvenaria, de fácil instalação e operação. A técnica usada é simples, mas seu design é avançado e alinhado aos conceitos de sustentabilidade”, avalia Mareco.
A técnica de filtragem usada para decompor a matéria orgânica é baseada em uma combinação de fenômenos físicos e biológicos. As etapas de filtração, adsorção e degradação são realizadas por minhocas somadas a uma biomassa de bactérias, constantemente alimentada com as próprias bactérias do esgoto que no filtro se alocam. O tratamento do esgoto é totalmente sustentável, pois o que é produzido após a filtração – água tratada, húmus e minhocas – pode ser reutilizado e o diferencial é a não produção de subprodutos como lodo. Para os inventores, a água de reúso pode ser aplicada em jardins, por exemplo, e o húmus, pode ser usado como fertilizante.
Leia matéria na íntegra publicada no site da Agência de Inovação da Unicamp.