Mais do que desenvolver uma nova tecnologia passível de ser patenteada e aguardar por sua concessão pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), os pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) têm despertado para uma nova oportunidade dentro de seus projetos: o empreendedorismo.
Apesar da jornada desafiadora que o empreendedorismo propõe, foi nesse caminho que docentes e alunos têm encontrado oportunidades para levar – em alguns casos, até mais rapidamente – as tecnologias ao mercado.
Conhecidas como spin-offs – startups criadas a partir de tecnologias nascidas na universidade –, essas empresas podem surgir do licenciamento da tecnologia para um terceiro que deseja começar um novo negócio baseado naquela patente ou software, ou do interesse direto do professor ou aluno ligado ao projeto em abrir uma empresa e empreender.
Só em 2019, foram cinco spin-offs criadas na Unicamp, sendo quatro delas com envolvimento de um ou mais membros do grupo de pesquisa responsável pelo desenvolvimento da tecnologia. As empresas são: Br Hialuronic, Sugarzyme, Cognita Technology e CND Pharma. A iniciativa rendeu aos pesquisadores empreendedores o reconhecimento no Prêmio Inventores 2020.
Fortalecimento da cultura empreendedora
Na visão do professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, esse movimento indica um amadurecimento do ecossistema da universidade ao observar e desbravar novas oportunidades. “Ter um portfólio gigante de tecnologias não significa, necessariamente, que estamos cumprindo nosso papel na inovação brasileira”, salienta.
Alinhada a esse contexto, a Inova Unicamp desenvolveu uma nova metodologia para identificar mais spin-offs na universidade. Hoje, mais do que comunicar sua invenção, o pesquisador deve refletir sobre as oportunidades existentes para aquele registro, podendo ser um projeto de P&D para evoluir nas fases da pesquisa, um licenciamento para que uma empresa ou interessado tenha permissão de usá-la para fins comerciais ou o próprio empreendedorismo. “Assim, temos uma visão mais ampla de todo processo inovativo”, reforça o diretor-executivo.
Leia matéria na íntegra publicada no site da Agência de Inovação.