Ao menos 100 variedades do novo coronavírus chegaram ao Brasil através de pessoas que circularam em diferentes aeroportos, mas são dois os tipos que mais se espalharam no país: os que vieram da Europa e dos Estados Unidos. Até então, foram duas ondas de disseminação do vírus por aqui: a primeira mais forte, a partir de fevereiro, e a segunda, com uma taxa de disseminação menor, provavelmente fruto das medidas de contenção adotadas a partir de março. É o que aponta um estudo da Universidade de Oxford voltado ao sequenciamento do Sars-Cov-2, que conta com a participação do Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (LEVE) do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, coordenado pelo professor José Luiz Proença Módena. Na entrevista, ele fala sobre os avanços nesta pesquisa, que investiga a relação entre as variantes do novo coronavírus e quadros mais graves da doença, e também busca entender o que está por trás da forte inflamação que a covid-19 pode gerar em outros órgãos vitais além dos pulmões, através do que é chamado de “tempestade de citocinas”. Os pesquisadores do LEVE já conseguiram sequenciar 91 genomas do coronavírus na região de Campinas até o momento, e pretendem chegar até 500 ou 600 amostras, ampliando as chances de encontrar respostas para as muitas dúvidas que ainda cercam a covid-19.
Edição de vídeo: Kléber Casabllanca