Devido à incompatibilidade de calendários, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste ano, não será aceito para ingresso na Unicamp. As 639 vagas oferecidas pelo edital Enem-Unicamp, cerca de 20% das vagas totais de ingresso, serão ofertadas no vestibular tradicional, incluindo as vagas oferecidas para alunos de escolas pública e autodeclarados pretos e pardos. Os percentuais de vagas para ações afirmativas de cotas étnico-raciais e para candidatos oriundos de escola pública estão mantidos. O anúncio foi realizado em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (22) pelo diretor da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), José Alves Neto.
"As vagas que antes eram do Enem serão automaticamente transferidas para o Vestibular. Sobretudo por conta do calendário, ficou inviável a manutenção das vagas pelo Enem", explica. De acordo com o cronograma do Enem, os resultados das provas seriam disponibilizados a partir de 29 de março. Já o calendário da Unicamp prevê o retorno às aulas no dia 15 de março.
Segundo José Alves, se houvesse a chamada dos candidatos do Enem, eles entrariam somente após os primeiros dias de abril, com cerca de três semanas de atraso em relação aos demais candidatos, o que traria um prejuízo tanto para o entrosamento como para o rendimento dos estudantes.
O ingresso via Vestibular Indígena e via Vagas Olímpicas está mantido.
Destinação das vagas do Enem
Das 639 vagas do Enem, 15% da vagas são para escola pública, sendo 10% para estudantes de escola pública e 5% para estudantes de escola pública e autodeclarados pretos e pardos. Outras 10% são destinadas para autodeclarados pretos e pardos, sendo 5% que vieram de escola pública e 5% oriundos de escolas privadas. A destinação das vagas será mantida no Vestibular 2021, que reserva, juntando o percentual anteriormente destinado ao Enem, 25% das vagas para cotas étnico-raciais.
Isenção de taxa
O diretor da Comvest também apontou que o pedido de isenção de taxa de inscrição foi reaberto até o dia 31 de julho. O edital do Vestibular 2021 contemplou 6.680 isenções, e um edital complementar abriu mais 2 mil isenções. O total de isenções, segundo José Alves, poderá ainda ser ampliado, chegando a cerca de 10 mil, o que dependerá da demanda. O professor explica que a ampliação leva em conta o contexto de crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que afetou economicamente muitas famílias.
A isenção é voltada para estudantes de escolas públicas com renda per capita de ate 1,5 salários mínimos, para optantes dos cursos de Licenciatura e Tecnologia noturnos. José Alves destaca que aproximadamente 70% dos inscritos no edital Enem, em 2020, também estavam inscritos no vestibular e, com o aumento das isenções, pretende-se que o percentual seja maior. "Nós não queremos que nenhum candidato do Enem fique de fora da oportunidade de disputar o vestibular da Unicamp”, afirma.
Além disso, cerca de 70% dos candidatos que prestaram o edital Enem-Unicamp e foram aprovados em 2020 também obtiveram aprovação via vestibular.
Aplicação do vestibular
O número de locais de prova foi ampliado para 2021. A prova será aplicada em 30 municípios de São Paulo. Além disso, ocorre também em capitais de outros estados: Brasília(DF), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Confira as datas de aplicação:
Primeira fase: 6 e 7 de janeiro de 2021. Candidatos aos cursos do segmento de Ciências Humanas/Artes e de Exatas/Tecnológicas farão a prova no dia 6 de janeiro. Já os candidatos da área de Ciências Biológicas/Saúde farão a prova no dia, 7 de janeiro. A aplicação em dois dias visa evitar aglomeração nas escolas.
Segunda fase: 7 e 8 de fevereiro de 2021, para todos os candidatos.
Inscrições
As inscrições para o Vestibular Unicamp 2021 podem ser realizadas entre 30 de julho e 8 de setembro, pela página da Comvest: www.comvest.unicamp.br.
A primeira chamada do Vestibular 2021 deve ser divulgada no dia 10 de março e o edital com o calendário completo será publicado em breve.
Assista a reportagem sobre as mudanças no Vestibular 2021: