Movimento das empresas juniores na Unicamp celebra 30 anos de existência

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O Movimento Empresa Júnior, fundado em 1967 na França, chegou ao Brasil em 1988, com a empresa júnior (EJ) da Fundação Getúlio Vargas. Dois anos depois, o Movimento alcançou a Unicamp com a fundação, em maio de 1990, da Júnior Estudos Eletro-Eletrônicos - atualmente denominada 3E Unicamp - formada por alunos do curso de Engenharia Elétrica. Em julho do mesmo ano, nascia o Gepea, inaugurado pelos estudantes de Engenharia de Alimentos. Ambas foram formadas pelo interesse dos estudantes em colocar em prática o que estavam aprendendo em sala de aula e que complementasse a formação profissional.

O aniversário das primeiras empresas juniores na Unicamp marca três décadas de resultados que, segundo os alunos, comprovam a missão do Movimento: formar, por meio da vivência empresarial, líderes comprometidos e capazes de transformar o Brasil. Daniel Galembeck, vice-presidente da 3E Unicamp, relata que 30 anos de história significa que foram dadas a centenas de estudantes a oportunidade de desenvolverem habilidades empreendedoras. "A experiência possibilitou a conexão dos estudantes com outras EJs e também trabalharem em áreas muitas vezes não abordadas na graduação, mas inerentes a grandes empresas, como por exemplo, marketing, vendas e etc.. ", avalia Galembeck. 

Nos últimos 5 anos, as duas EJs somaram um faturamento superior a 1,4 milhões de reais, através de 190 projetos e serviços prestados a empreendedores, pequenas, médias e grandes empresas. Como a empresa júnior constitui uma entidade discente, sem fins lucrativos, o faturamento significativo do Gepea e da 3E é completamente investido na estrutura da empresa e revertido na experiência de seus membros ao custear cursos de capacitação, treinamentos e eventos que enriquecem a formação empreendedora.

As EJs integram um dos pilares da universidade pública que é a extensão, responsável por realizar serviços úteis à sociedade e vem observando um crescimento exponencial nos últimos anos. Atualmente, são 20 empresas formada em mais de 30 cursos de graduação. No primeiro semestre de 2020, elas juntas faturaram mais de 700 mil reais. Isto traduz o impacto direto que este segmento da universidade produz no crescimento econômico da região e na inovação tecnológica. 

Experiências - Um exemplo claro da contribuição das EJs foi a experiência com um grupo de empreendedores que pretendiam abrir uma loja de churros. Eles buscaram o Gepea para o desenvolvimento de produtos inovadores e com um diferencial dos existentes no mercado em relação à sua forma de apresentação e aos sabores. Tanto o serviço inicial, como outros três contratados pelos empreendedores, fez com que a pequena loja expandisse para uma empresa com 45 pontos de serviço espalhados por cinco estados do Brasil, mais de 300 funcionários ativos e uma venda anual média de 1,4 milhão de churros.

Outro exemplo que mostra que uma empresa júnior também pode ser um vetor de desenvolvimento tecnológico e de pesquisa foi a experiência da 3E no projeto do VEGA - veículo elétrico de matriz solar-hidrogênio. A empresa júnior, em conjunto com a Faculdade de Engenharia Mecânica e o Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), desenvolveram o projeto do carro que foi um dos primeiros modelos e possibilitou a expansão do estudo sobre energia sustentável na indústria automobilística.

Segundo Mayra Melo, líder de mercado do Gepea, o relacionamento das empresas juniores com o corpo docente da Unicamp é algo essencial a essa sinergia. "Sempre temos a possibilidade de utilizarmos os laboratórios da faculdade para realizarmos os testes necessários para os nossos projetos, além de todo o acompanhamento e auxílio dos professores, essencial para o avanço da inovação que promovemos aqui dentro”, conclui.

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Foto de dezenas de estudantes que compõem as empresas juniores com as bandeiras de suas respectivas empresas

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004