O consórcio Molecules Initiative for Neglected Diseases (MINDI) acaba de ser lançado. O projeto é resultado de um convênio PITE firmado entre a Unicamp, a Universidade de São Paulo (USP), a Medicines for Malaria Venture (MMV), a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com o objetivo de descobrir novos candidatos a fármacos para o tratamento de malária, Doença de Chagas e leishmanioses. “As organizações MMV e DNDi, têm um histórico fabuloso no desenvolvimento de novos tratamentos e novos medicamentos para várias doenças parasitárias tropicais e vêm salvando milhões de vidas”, avalia o coordenador do consórcio e professor do Instituto de Química da Unicamp, Luiz Carlos Dias.
As colaborações com a MMV e com a DNDi começaram oficialmente em março de 2013. Segundo Dias, este projeto é a primeira parceria envolvendo essas organizações e a academia latino-americana que se dedica à otimização de compostos líderes, uma etapa complexa e crucial no processo de descoberta de medicamentos. Ele destaca que o objetivo é desenvolver medicamentos que possam ser administrados por via oral e que sejam altamente eficazes, tenham baixa toxicidade e sejam baratos e acessíveis. “Com a MMV há um desafio extra, pois estamos trabalhando para desenvolver um tratamento de dose única para a malária”, analisa o coordenador.
Um outro objetivo do projeto é trazer para o Brasil novas experiências na área de descoberta de medicamentos, destacando a importância do trabalho colaborativo nesta área de pesquisa. Nesse trabalho, a MMV e a DNDi, em conjunto com diversos parceiros e cientistas de renome mundial da academia e de empresas farmacêuticas globais, institutos de pesquisa e universidades no Brasil e no exterior, unem esforços em torno de um único objetivo: salvar a vida das pessoas mais negligenciadas.
Já houve impacto positivo do trabalho colaborativo no desenvolvimento de novas capacidades no Brasil. Para Luiz Carlos Dias, o momento exige dar um passo adiante. "Nos próximos 5 anos, com este consórcio consolidado, teremos as ferramentas certas para tentar alcançar nossos objetivos e fazer a diferença”, explica.
Em sua opinião, este é um exemplo concreto de ciência com retorno para a sociedade. Ou seja, a melhor ciência para quem mais precisa, a melhor ciência para os mais negligenciados, a melhor ciência para resolver os desafios humanos. “Ciência para fazer o bem, para desenvolver e melhorar a vida das pessoas. E eu acredito que nada pode ser mais inovador do que contribuir para salvar vidas”, finaliza.