A professora Sandra Avila, do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, foi escolhida para representar o Brasil no Fórum de Jovens Cientistas do agrupamento dos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS). O Fórum chega à quinta edição em 2020, reunindo pesquisadores proeminentes dos cinco países com o objetivo de debater desafios da sociedade e como resolvê-los por meio da pesquisa e inovação. Sandra foi indicada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e representará o Brasil na área de Inteligência Artificial.
Na quinta edição do evento, que ocorre em setembro, foram escolhidos três eixos temáticos para discussão dos cientistas: Ecologia; Ciências de Materiais e Inteligência Artificial. Para cada eixo, são escolhidos cinco pesquisadores, um de cada país dos BRICS.
Sandra destaca que recebeu com felicidade a notícia da sua indicação e escolha para a área de Inteligência Artificial. “Fiquei muito feliz e também senti a responsabilidade de estar representando outras pessoas, então vou tentar representar da melhor forma possível. Nós temos muita inovação acontecendo, muita pesquisa, não vai faltar o que falar sobre o que estamos desenvolvendo aqui. Ninguém conquista nada sozinho. Então, se eu estou representando o Brasil no BRICS é porque eu tive e tenho excelentes pessoas ao meu lado, tanto do lado familiar quando do lado profissional. Sou extremamente grata e honrada por isso”.
Ela comenta que, no eixo da Inteligência Artificial, serão discutidos entre os colegas oito pontos de relevância. “Na área da saúde, que é a área em que trabalho, um dos tópicos é inteligência artificial nessa área, como melhorar processos, diagnósticos”, afirma. Uma das pesquisas à qual a professora se dedica atualmente é nos diagnósticos de câncer de pele. Junto com outros colegas, Sandra desenvolveu um software que, a partir de imagens de lesões na pele, consegue realizar um diagnóstico preciso.
Além disso, os tópicos em geral, conforme Sandra, são de grande interesse e possuem uma interconexão com o que está sendo realizado no Brasil em termos de pesquisa. “Muitas coisas do que estou vendo está nesses tópicos, tanto do ponto de vista da técnica quanto da aplicação. Na área da agricultura, por exemplo, há a preocupação de como vamos produzir alimento de forma mais barata e mais sustentável, com economia de energia e em larga escala. Outro ponto é relativo às fake news”, observa.
A professora, que se dedica também à maior inserção das mulheres nas áreas de tecnologia e computação, como em incentivos para meninas no campo da programação, também comenta a importância de uma representação feminina no evento. “Muitas mulheres e colegas cientistas fizeram questão de dizer sobre a importância sobre ter uma mulher representando o Brasil quando souberam da minha indicação. O fato de estar lá no evento pode mostrar que elas poderão estar lá também. Isso é muito relevante também”, observa.