Mais uma vez, a excelência das universidades paulistas é reconhecida pelo ranking internacional do Times Higher Education (THE). A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na edição de 2021, divulgada nesta terça-feira (2), segue posicionada em segundo lugar entre as universidades brasileiras e latino-americanas. A primeira colocação, na região, é da Universidade de São Paulo (USP). Já a liderança mundial é da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
“As três universidades do estado de São Paulo estão muito bem colocadas no ranking. Em particular, a USP e a Unicamp são as primeiras da América Latina inteira, o que demonstra a excelência conquistada com a autonomia universitária. Realmente é impressionante ver como uma universidade como a Unicamp em poucos anos conseguiu tantos avanços”, avalia o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel.
Entre as primeiras dez universidades brasileiras da lista, nove são universidades públicas. Em relação à edição de 2020 do ranking internacional do THE, tanto USP como Unicamp mantiveram a liderança no país e melhoraram de posição no contexto mundial. O reitor pondera que os resultados refletem cenários de alguns anos atrás. Assim, indica que o mais importante é que as universidades mantém, ano a ano, a boa colocação. “Os rankings não refletem situações imediatas, refletem situações de três, quatro anos atrás e nós seguimos mantendo uma boa posição, entre as melhores universidades da América Latina”, explica.
No panorama mundial, em que foram avaliadas mais de 1.500 universidades, a primeira colocação é da Universidade de Oxford, no Reino Unido, seguida pela Universidade de Stanford e pela Universidade de Harvard, ambas estadunidenses.
Critérios de avaliação
O ranking avalia as universidades em cinco critérios: ensino; pesquisa; citações; presença internacional entre estudantes, pesquisadores e docentes; e receitas provenientes da indústria através de transferência de conhecimento. A Unicamp, dentre os parâmetros, obteve melhor pontuação no último quesito.
PL 529: ameaça às universidades paulistas
Em tramitação na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, o Projeto de Lei (PL) 529/2020, do governo estadual, propõe uma série de medidas que, caso aprovadas, afetarão o funcionamento das universidades. “Nesse contexto o PL 529 poderá afetar as atividades da universidade agora e, naturalmente, a posição dos ranking no futuro. A Universidade é um verdadeiro patrimônio para o estado de São Paulo, construída com muito investimento, e que não pode ser desperdiçado”, avalia Knobel.
O PL 529/2020 fere, especialmente no artigo 14, a autonomia financeira e de gestão da USP, Unicamp e da Unesp, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), instituições que são responsáveis por grande parte da produção científica, cultural e de inovação no estado. Por impactar em retirada do superávit das universidades e da Fapesp, afetaria drasticamente todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão destas instituições.