Um mês após a divulgação do plano de retomada gradual das atividades presenciais nos campi, a Unicamp definiu um cronograma para o início do retorno de servidores, professores e alunos. Além de datas para o retorno progressivo, o cronograma também estabelece a execução de medidas necessárias para o planejamento seguro das unidades, como a aplicação de testes de detecção do coronavírus em todos, as videoaulas sobre o retorno seguro e o download e registro no aplicativo de acompanhamento da saúde de todos os que regressarem. No caso dos estudantes, a prioridade será para casos de alunos concluintes e que precisam desenvolver atividades em que a presença nos campi seja imprescindível, sendo mantido o estímulo às atividades remotas.
Na elaboração do plano, uma das condições estabelecidas pela Unicamp para que o retorno gradual tenha início foi de que as regiões onde a Universidade mantém seus campi permanecessem há, pelo menos, quatro semanas na fase amarela do Plano São Paulo. Atualmente, todas as regiões do Estado de São Paulo encontram-se na fase amarela, com tendência de queda. No último dia 11 de setembro, a média móvel de novos casos no Estado registrou uma queda de 37% em relação à média móvel dos últimos 14 dias e a variação na média móvel de mortes mostrou uma redução de 19,6% em relação aos 14 dias anteriores. A Região Metropolitana de Campinas também mostra queda nos índices. Os dados de 11 de setembro mostram uma redução de 40% na média móvel de novos casos em relação aos 14 dias anteriores. Já a média móvel de mortes diminuiu em 27,6% no mesmo período.
Mediante a esses dados positivos, o retorno inicial de até 20% dos servidores está previsto para o dia 19 de outubro, o que vai configurar o primeiro período da volta gradual. O avanço no retorno deverá respeitar o intervalo de duas semanas entre cada período e, em cada um deles, o percentual máximo de servidores que poderão retornar às atividades presenciais aumentará em 20%. O retorno de até 25% dos estudantes de graduação e pós-graduação terá início apenas no terceiro período, data em que poderão retornar também até 25% das crianças atendidas pelo CECI/DeDIC.
As datas estabelecidas pelo plano podem ser revistas a qualquer momento, dependendo da evolução da pandemia nas regiões em que a Unicamp mantém seus campi. Assim, o calendário fica definido da seguinte forma:
19/10 - Período 1: até 20% de servidores;
02/11 - Período 2: até 40% de servidores;
16/11 - Período 3: até 60% de servidores, até 25% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 25% de crianças atendidas pelo CECI/DeDIC;
30/11 - Período 4: até 80% de servidores, até 50% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 50% de crianças atendidas pelo CECI/DeDIC;
14/12 - Período 5: até 100% de servidores, até 75% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 75% de crianças atendidas pelo CECI/DeDIC;
23/12 a 03/01/2021 - Recesso de fim de ano
04/01/2021 - Período 6 - até 100% de servidores, até 100% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 100% de crianças atendidas pelo CECI/DeDIC;
18/01/2021 - Ingresso na Fase 3 do plano de retomada gradual das atividades.
Os percentuais de servidores e alunos indicados pelo plano são valores máximos de referência que as unidades terão para organizar suas próprias dinâmicas de trabalho de forma segura. No entanto, cada órgão terá autonomia para determinar quantas pessoas retornarão de acordo com as especifidades de cada espaço e do tipo de trabalho desenvolvido.
"Suponhamos que uma unidade tenha um setor em que, predominantemente, as pessoas são de grupos mais vulneráveis à Covid. Ou então uma unidade desenvolva atividades que não permitam o distanciamento social adequado. Vai haver então a necessidade de voltar um percentual muito menor do que esse previsto, ou então manter as pessoas em home office. Isso é aberto, essas possibilidades estão abertas às diretorias", enfatiza José Antonio Gontijo, Chefe de Gabinete da Reitoria da Unicamp.
Marcelo Knobel, Reitor da Unicamp, enfatiza a importância da colaboração de todas as unidades ao traçarem seus planejamentos para o início do retorno. "Nosso desafio é encontrar o equilíbrio entre o funcionamento adequado, principalmente das atividades de pesquisa e dos estudantes que precisam finalizar algumas aulas práticas para se formarem. Essa é a prioridade de todos. Cada unidade encontrara um mecanismo de buscar suas prioridades para manter o mínimo de atividades necessárias no campus e que a gente possa adaptar lentamente, gradualmente essa situação", esclarece.
Antes de o cronograma ser posto em prática, ainda em setembro as direções das unidades e órgãos terão o período de 17 a 25 de setembro para definir internamente e informar a ordem de retorno de seus servidores. Entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro, será feito o mesmo planejamento com os alunos de graduação, pós-graduação, extensão e também dos alunos da Moradia Estudantil. Este planejamento é necessário para que haja a preparação física dos espaços da Universidade e também a adequação de serviços como o atendimento nas bibliotecas, restaurantes universitários e ônibus fretados, que não poderão funcionar ainda com sua capacidade máxima ou horário integral para a segurança dos servidores desses próprios locais e do público atendido.
"Nós temos que ter essas informações por esses formulários, assim como um formulário específico para os alunos da moradia. Isso para que, até o dia nove de outubro, a gente possa preparar toda a infraestrutura dos órgãos e das unidades no que diz respeito a compras, distribuição de insumos, fluxos de pessoas e de automóveis nos campi, sinalização necessária", explica José Antonio Gontijo, Chefe de Gabinete da Reitoria da Unicamp.
No período de 1 a 16 de outubro, serão feitos testes do tipo RT-PCR para detecção do coronavírus em todos os servidores que regressam no dia 19. Os exames serão feitos pelo Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). Os servidores também deverão baixar e se registrar no aplicativo que será utilizado para controle de sintomas da Covid-19 e também assistir às videoaulas sobre o retorno seguro. Todos os funcionários, professores e alunos passarão por este processo (testagem, atendimento às videoaulas e registro no aplicativo) no período anterior ao retorno presencial.
Apesar de o plano apontar a possibilidade da volta de 100% de servidores e alunos no início de 2021, Gontijo comenta que, para preservar a saúde de todos os servidores e alunos, o retorno integral ocorrerá apenas quando houver uma vacina ou outra medida científica eficaz para o controle da pandemia. Até lá, os cuidados como o uso de máscaras, a higiene e o distanciamento social serão fundamentais. "Será sempre algo parcial, porque temos aqueles de grupos vulneráveis, temos pessoas idosas, temos a impossibilidade física de colocar todos em uma mesma sala para que haja o cuidado com a higiene e o distanciamento, que deverão ser mantidos", analisa.
Para o Reitor, a retomada gradual das atividades exigirá organização e colaboração de todos os membros da comunidade universitária. "Se a vacina ficar pronta em janeiro, com muita sorte em fevereiro, ainda vai demorar quase um ano para que ela seja aplicada em todas as pessoas, temos mais de 200 milhões de habitantes no país, não é algo simples de se fazer. Nós não podemos apostar na vacina como uma única esperança para o retorno", pontua Knobel.
O plano completo de retomada gradual das atividades presenciais na Unicamp e outros materiais informativos estão disponíveis na página de orientações para o convívio seguro no Portal Unicamp.