Entre os dias 1º de outubro e 2 de novembro, a Unicamp participa de uma pesquisa que vai avaliar as competências digitais dos professores de 67 instituições de Ensino Superior do país. O levantamento será realizado por meio de uma ferramenta digital composta por 22 questões, nas quais os docentes podem refletir sobre seus conhecimentos sobre o uso de ferramentas e aplicação nas atividades acadêmicas. Os dados da pesquisa vão servir para que as universidades promovam a formação digital de seus docentes e possam planejar a incorporação de mais recursos digitais em seus currículos.
A Universidade integra a MetaRed, rede internacional composta por nove países: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, México, Equador, Portugal e Espanha. O grupo tem o objetivo de promover debates e trabalhos colaborativos sobre o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas universidades. Aqui no país, a MetaRed Brasil conta com a participação de mais de 50 instituições de ensino superior, entre públicas e privadas. Dentro da seção brasileira, a Unicamp é responsável por coordenar o Grupo de Trabalho de Tecnologias Educacionais.
![imagem mostra um gráfico que indica as habilidades digitais avaliadas pela pesquisa](/unicamp/sites/default/files/inline-images/com_competencias_digitais_20201001_2.jpg)
A pesquisa é feita por meio da DigiComEdu CheckIn, uma ferramenta digital elaborada pelo Joint Research Center, órgão de pesquisa da União Europeia com sede em Sevilha, na Espanha, que permite a avaliação de competências digitais de docentes do Ensino Superior. No Brasil, a Unicamp foi uma das responsáveis por adaptar as questões à realidade das universidades brasileiras. "É uma iniciativa global e estamos fazendo esse levantamento de competências digitais de forma simultânea nos nove países. É uma autoavaliação em que o professor reflete, de forma guiada, sobre a utilização de ferramentas digitais para melhorar e inovar a educação", explica Marco Antonio Garcia de Carvalho, coordenador do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE) da Unicamp.
Ao responderem às questões, os professores recebem a indicação de qual o seu perfil em seis grupos organizados em uma escala progressiva de competências digitais, dentro dos níveis A1, A2, B1, B2, C1 e C2, sendo A1 o nível mais baixo (Recém-chegado) e o C2 o mais avançado (Pioneiro). A classificação é semelhante à adotada para avaliar a proficiência em idiomas pela comunidade europeia. Além de descobrirem sua classificação, os docentes também recebem dicas de como podem avançar em seus conhecimentos e quais recursos podem tentar incorporar em suas rotinas.
Marco Antonio ressalta a importância de os professores participarem da pesquisa para que seja possível utilizar essas informações para o planejamento da Unicamp em formar o corpo docente em relação às competências digitais. "Isso é importante para o professor se autoavaliar, mas as instituições também vão ter acesso ao conjunto de respostas de todos os seus professores. É então uma ferramenta de planejamento muito importante, porque é possível saber, por exemplo, como é a competência digital dos professores da Unicamp e, assim, promover políticas de formação interna. Claro, isso se tivermos uma boa participação dos professores", informa.
![foto mostra professor marco antonio sentado em uma mesa gesticulando. ele veste camisa polo amarela](/unicamp/sites/default/files/inline-images/com_competencias_digitais_20201001_1.jpg)
Para participar da pesquisa, os professores devem acessar este link
https://ec.europa.eu/eusurvey/runner/DigCompEdu_CheckIn_H_Brasil
E informar o código BR-UNICAMP para iniciar o questionário.
Pandemia fez professores descobrirem novas ferramentas
Apesar de ter sido elaborada antes da pandemia do coronavírus, Marco Antonio analisa que a realização da pesquisa no contexto de atividades acadêmicas sendo realizadas de forma remota torna a oportunidade ainda mais proveitosa. "Ela toma um papel muito mais relevante com todo esse contexto da pandemia. É muito mais importante conhecer as competências digitais do professor da Unicamp, por exemplo, neste momento do que antes da pandemia, quando o digital era usado de uma forma muito simples e eventual. Agora o digital tem sido a base completa das disciplinas", avalia Marco.
Ele também comenta que o cenário da pandemia e as necessidades de adaptar as disciplinas para o ensino remoto foi responsável por um desenvolvimento das habilidades digitais dos professores que já é perceptível. "Nossa percepção hoje é muito qualitativa, mas é fácil perceber uma diferença entre março e agora em setembro. As questões que nos chegam são completamente diferentes, já são de um segundo patamar. Não nos perguntam mais coisas como 'o que é o Google Meet?', 'como crio uma reunião no Google Meet?'. Os professores já começam a perguntar como criar salas específicas para interações em grupo na mesma aula, ou como fazer avaliações on-line com as ferramentas digitais, por exemplo. É um tipo de pergunta de alguém que já está em um segundo degrau nas competências digitais", relata o professor.
Na Unicamp, os professores de graduação e pós-graduação contam com o apoio do GGTE e do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem, (EA)2, órgãos que desenvolvem projetos de formação para ampliar a inovação o uso das tecnologias educacionas na Universidade. Marco Antonio informa que, para o segundo semestre , estão previstas novos cursos voltados para habilidades como a aplicação de avaliações em ambientes virtuais e em produção de vídeos. As informações e novidades sobre os cursos podem ser conferidas nos sites do GGTE e (EA)2.
![Organizada no país com participação da Unicamp, avaliação envolve 67 instituições de ensino superior. Prazo para responder a questionário vai até 2 de novembro foto mostra uma sala de aula do ciclo básico da unicamp cheia de alunos com o professor à frente](/unicamp/sites/default/files/2020-10/atu_competencias_digitais_20201001_capa.jpg)