Unicamp sedia workshop nacional voltado para indicadores de sustentabilidade

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Teve início hoje (1/10) a quarta edição do 4th National Workshop on UI GreenMetric for Brazilian Universities. O sistema de ranqueamento UI GreenMetric é uma iniciativa da Universitas Indonesia que estabelece indicadores de sustentabilidade específicos para avaliar e balizar indicadores de sustentabilidade em campus universitário. O objetivo é que esses indicadores sirvam como instrumentos de melhoria contínua na transição para a universidade sustentável. Atualmente 780 universidades de 23 países participam do sistema de ranqueamento, cujo resultado é divulgado anualmente pela Universitas Indonesia.

Com objetivo de disseminar a metodologia do GreenMetric e favorecer a troca de experiências sobre boas práticas na área de sustentabilidade, a Universitas Indonesia organiza workshops locais para reunir as universidades que participam do ranking em cada país e para incentivar a adesão de mais instituições. Esta é a quarta edição do Workshop Nacional no Brasil e pela primeira vez a Unicamp organiza o evento, por meio da Coordenadoria do Plano Diretor Integrado. “A importância de sediar esse evento é a visibilidade que ele traz para o tema da sustentabilidade em todos os campi da Unicamp”, disse a coordenadora do Plano Diretor, Thalita Dalbelo. “É uma maneira de lembrar a todos os colaboradores do levantamento dos dados sobre a importância de medir, analisar e progredir em relação à sustentabilidade na universidade. Além disso, é uma forma de divulgar a preocupação da Unicamp quanto à sustentabilidade na infraestrutura dos campi e no ensino, pesquisa e extensão”, acrescentou.

Com quase 600 inscritos, este ano, por conta da pandemia do coronavírus, excepcionalmente, o Workshop acontece no formato virtual “Mesmo que não seja possível estarmos juntos fisicamente, este evento é uma oportunidade única de compartilhar experiências e as soluções encontradas pelas universidades brasileiras para serem mais sustentáveis”, afirmou o reitor da Unicamp, Marcelo knobel, na abertura do evento. Em sua fala, a professora da Universitas Indonesia, Riri Fitri Sari, idealizadora do GreenMetric, destacou o número de universidades brasileiras que participam do ranking – hoje são 28 instituições – número que aumenta a cada ano. “As medidas de distanciamento social estão levando as universidades em todo o mundo a repensarem seus modelos de ensino, esperamos que isso sirva também para gerarmos soluções que ajudem a cumprir as metas da Agenda 2030, da ONU”, disse.

Thalita Dalbelo : Um escritório específico para monitoramento interno da sustentabilidade auxiliaria na coleta de dados, na análise dos indicadores, no entendimento do foco que deve ser estabelecido para a universidade ser mais sustentável
Coordenadora do Plano Diretor da Unicamp, Thalita Dalbelo : Um escritório específico para monitoramento interno da sustentabilidade auxiliaria na coleta de dados, na análise dos indicadores, no entendimento do foco que deve ser estabelecido para a universidade ser mais sustentável

Foi justamente para disponibilizar um sistema que ajudasse as universidades a avaliar e mensurar seus esforços para combater a mudança climática que o GreenMetric foi criado. Ele permite classificar as universidades a partir de seis critérios: configuração e infraestrutura, energia e mudança climática, resíduos, água, transporte e educação e pesquisa. Em 2019, as cinco universidades brasileiras mais sustentáveis foram USP; Universidade Federal de Lavras (UFLA); Universidade Positivo (Curitiba); Unicamp e Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN). “Diferentemente de outros tipos de ranqueamento, o GreenMetric não estimula uma competição, mas a cooperação. As universidades brasileiras têm melhorado sua pontuação a cada ano e isso se deve aos esforços em estabelecer processos mais sustentáveis, mas também pelos aprendizados que o GreenMetric proporciona”, afirmou o engenheiro civil e professor da USP, Tadeu Fabricio Malheiros. “A sustentabilidade em um campus universitário implica na melhoria do meio ambiente como um todo e para todos”, ressaltou Malheiros que também é especialista em indicadores de sustentabilidade.

Um dos principais desafios para as universidades brasileiras, segundo ele, é criar bons sistemas de coleta de dados e de monitoramento. “Um bom começo, nesse sentido, é estabelecer escritórios ou setores especializados nisso dentro da universidade, para estimular a instituição na direção de práticas mais sustentáveis”, afirmou Malheiros. Para Dalbelo, que assumiu o desafio de coletar os dados para o GreenMetric na Unicamp, um escritório específico para monitoramento interno da sustentabilidade auxiliaria na coleta de dados, na análise dos indicadores, no entendimento do foco que deve ser estabelecido para a universidade ser mais sustentável. "Também poderia ajudar na elaboração dos projetos que possam viabilizar a sustentabilidade”, pontuou a arquiteta. A despeito de centralizar as informações em um escritório ou setor, o primeiro passo para alcançar bons indicadores é a conscientização das pessoas para uma atitude sustentável. “Medidas simples – como instalar temporizadores nas torneiras – geram impactos significativos tanto em termos de conscientização sobre o uso dos recursos naturais, quanto economia de recursos financeiros”, destacou Malheiros.

Trocas sustentáveis – O professor Leandro Coelho Naves, que coordena a Diretoria de Meio Ambiente na UFLA, também apontou a educação ambiental como o primeiro passo para alcançar bons resultados em termos de sustentabilidade nas universidades. “São as pessoas que fazem as coisas acontecerem, desde informar sobre uma torneira pingando até a implantação de projetos mais complexos, toda a comunidade acadêmica tem que estar envolvida”, afirmou. Segundo ele, o GreenMetric tem sido importante para ajudar a determinar prioridades e direcionar os esforços na UFLA. Entre as medidas adotadas na universidade mineira citadas por ele, estão a recuperação de áreas verdes com plantio de seis mil mudas de espécies nativas, redução de áreas de estacionamento que foram transformadas em calçadões, diminuindo áreas impermeáveis, com ganhos positivos na mobilidade urbana.

As universidades estão envolvidas na formação de tomadores de decisão e na produção de conhecimento e tecnologias que estabelecem conexões locais e globais com a sociedade civil, empresas e governo. Com as preocupações nos setores ambiental, social e econômico, o desenvolvimento sustentável passou a integrar a agenda das universidades no planejamento estratégico, no ensino, pesquisa e extensão e no planejamento urbano dos campi. Todos os esforços no sentido de tornar os espaços e práticas mais sustentáveis são fundamentais e complementares as ações do poder público, empresas e sociedade civil. Nesse sentido, o levantamento e a avaliação da situação dos campi universitários quanto à sustentabilidade caracterizam-se como instrumentos de gestão e melhoria contínua na transição para a universidade sustentável.

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foto do globo com pessoas realizando atividades de sustentabilidade

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004