LatinXChem reúne mais de mil pesquisadores da Química em evento no Twitter

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Voltado à comunidade científica latino-americana da área de Química, o LatinXChem reuniu virtualmente mais de mil pessoas em setembro, se firmando como a maior conferência já realizada no Twitter. Com um modelo de fórum aberto, o evento possibilitou a interação e o fortalecimento de redes de contato na região da América Latina. Dentro da programação, além da apresentação de pôsteres em diversos formatos, como vídeos e gifs, também ocorreram conferências de importantes pesquisadores da Química, incluindo Frances Arnold, ganhadora do Nobel de Química de 2018.

A ideia do evento, conforme Gabriel Merino, professor do Centro de Investigação em Estudos Avançados do México, já vinha sendo pensada, mas para o país mexicano. Por conta da pandemia do novo coronavírus e com a impossibilidade de atividades presenciais, ele conta que começou a contatar professores de outros países para expandir os horizontes da conferência. Nasceu assim o LatinXChem que, com um custo de organização baixo, por ser virtual, conseguiu reunir a apresentação de 1.200 pôsteres.

“Depois da pandemia, nós vimos que seria legal fazer o evento não só no México, mas em toda a América Latina. A ideia principal foi fazer algo para os estudantes, porque eles não tiveram a oportunidade de mostrar suas pesquisas. Por conta da pandemia, nós não temos muito dinheiro no momento, então é uma ideia boa tentar usar as tecnologias”, afirma Gabriel.

A professora do Instituto de Química (IQ) da Unicamp Luciana Gonzaga de Oliveira foi uma das organizadoras do LatinXChem, cuja articulação contou com o engajamento de 17 professores de países como Brasil, México e Chile. Segundo a docente, um dos ganhos do evento foi o impulso à internacionalização. “O LatinXChem foi uma grande oportunidade de fortalecer as colaborações entre grupos de pesquisa na América Latina. Muitos de nós não tínhamos a ideia da ciência que estava sendo desenvolvida nos outros países da região, e evento foi uma grande oportunidade de colaboração”, diz.

Conferência via Twitter

Na conferência via Twitter, as apresentações foram divididas por áreas temáticas: Química Analítica; Química Biológica; Catálise; Educação Química; Energia e Sustentabilidade; Química Ambiental; Química Inorgânica; Nanociências e Química dos Materiais; Química Orgânica; Química Física e Química Teórica. Os trabalhos foram aceitos em três idiomas: inglês, português e espanhol, para possibilitar a maior participação possível. Para cada área, jurados elegeram os melhores pôsteres, que receberam prêmios. Três alunos da Unicamp foram contemplados: Bianca Ferreira (1º lugar/Química Analítica); Bruna Domingues Vieira (2º lugar/Química Biológica) e Leonardo Duarte (4º lugar/Química Teórica). Confira os trabalhos:

Fortalecendo conexões na América Latina

Segundo Luciana, apesar dos prêmios, o ponto mais importante do LatinXchem foi a interação e as discussões, e não a competição. “Nós pudemos ver toda a comunidade comemorando pelos vencedores. Foi uma demonstração de empatia e de como podemos ter uma conexão mais forte com nossos colegas da América Latina”, observa. No dia da apresentação de trabalhos, 7 de setembro, foram geradas mais de 250 mil impressões, que mostram quantas pessoas visualizaram os tweets, e cerca de 20 milhões de impactos no Twitter.

O formato de apresentações no Twitter, conforme conta outra organizadora do evento, Maria Gallardo-Williamns, professora da Universidade Estadual da Carolina do Norte e natural da Venezuela, foi uma ideia inspirada em iniciativa da Royal Society of Chemistry, que costuma realizar eventos utilizando a plataforma. Ela conta que as a abrangência das interações e o número de inscrições foram superadas. “Nossas expectativas não eram tão altas quanto ao que aconteceu. Achávamos que teríamos umas 300 pessoas participando e tivemos 1.200 mil. Houve a participação de 42 países, a maioria da América Latina, mas também de países africanos e da Europa, Ásia. Foi um evento global que proporcionou uma ótima experiência”, avalia.

Com a experiência positiva do LatinXchem, o grupo de professores que o organizou pretende realizar mais eventos. “Teremos a oportunidade de organizar série de webinários e cursos que queremos continuar realizando. Nós queremos criar pontes entre os nossos países para compartilhar pesquisas na área da Química, criando uma comunidade mais forte na América Latina”, conta o professor da Universidade das Américas Puebla (UDLAP) Miguel Rojas, também membro da organização.

Saiba mais sobre o evento no Twitter (@LatinXChem) e no website.

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audiodescrição: ilustração colorida com a tabela periódica

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004