Desde o início do plano de retomada parcial e gradual às atividades presenciais, 18 de outubro, 3.868 membros da comunidade acadêmica foram testados. Destes, apenas 10 foram positivos e cumpriram o protocolo de isolamento. No entanto, devido ao aumento da transmissão da Covid-19 no estado de São Paulo, a Universidade tomou a decisão de adiar o período 4 da retomada. Esta etapa se iniciaria em 30 de novembro e, com a revisão, está prevista para o dia 14 de dezembro. Consequentemente todas as fases seguintes também estão adiadas em duas semanas. A recomendação segue sendo que as atividades sigam preferencialmente remotas.
No momento, a Unicamp está no período 3 da fase 2 do seu plano de retomada parcial e gradual das atividades. Com a orientação de que todos aqueles que pudessem permanecer em atividade remotas o fizessem, o percentual de servidores que retomaram o trabalho presencial está abaixo do limite máximo e não houve recrudescimento da transmissão da Covid-19 nos campi da Universidade.
A médica Patricia Asfora Falabella Leme, coordenadora do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), órgão que atende somente a comunidade acadêmica da Unicamp, informa que a vigilância epidemiológica da Universidade controla os sintomas de todos que voltaram presencialmente às atividades, através de inquérito de sintomas realizados diariamente no aplicativo AVISU. O número de pessoas que buscaram o Cecom informando estarem sintomáticas, desde 18 de outubro até o momento, foi de 66.
Patrícia também indica que, desde o início da pandemia, o Cecom já testou por RT-PCR 9.843 pessoas (dados de 12 de novembro), sendo 4.492 sintomáticos e 5.351 assintomáticos. A testagem em massa é um dos pilares do controle da Covid-19 entre a comunidade universitária. No entanto, como explica o professor José Antonio Rocha Gontijo, chefe de gabinete da reitoria da Unicamp, devido ao aumento de internações por Covid-19 no estado de São Paulo, que fez com que o governo adiasse a reclassificação de bandeiras para 30 de novembro, a Universidade tomou a decisão de adiar o próximo período da retomada em duas semanas.
Recomendação é que atividades sigam preferencialmente remotas
O chefe do gabinete da reitoria pontua também que a recomendação é que as atividades que podem permanecer remotamente, sem prejuízo para o funcionamento da Universidade, sigam assim. “Todo protocolo está funcionando, as unidades estão atendendo nosso pedido de só incluir o retorno de pessoas que sejam necessárias para que as atividades acadêmicas ocorram. Está sendo recomendado que as atividades acadêmicas teóricas continuem de forma modo remota e isso vai persistir no primeiro semestre de 2021”, indica.
Para ele, é preciso ter em conta que a pandemia não acabou. “A pandemia está aí, não podemos minimizar. É uma doença extremamente grave. Nenhuma doença que mate 170 mil pessoas pode ser banalizada”, frisa. Como ocorreu desde a chegada da Covid-19 no Brasil, a Unicamp tem uma equipe que monitora a evolução da doença diariamente. Qualquer necessidade de revisão do plano de retomada, segundo Gontijo, será levada em conta no sentido de preservar a vida das pessoas.
Aumento de internações em São Paulo
O aumento das internações na Grande São Paulo, segundo o professor, foi considerado para o adiamento da próxima fase de retomada. Gontijo destaca que, conforme observado no pico da pandemia, houve um retardo de três a quatro semanas no aumento dos na região de Campinas em relação a São Paulo. “No entanto, a Prefeitura de Campinas já tem notado o aumento dos casos de internação em UTI nos hospitais privados da cidade também. Isso foi importante para fazermos uma reunião e propor que estendêssemos o período 3 da retomada como forma de cuidar da coletividade, não ampliando o número de pessoas que voltariam a partir do dia 30 de novembro”, afirma.
Com relação ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, conforme diminuiu a procura por atendimentos relacionados à Covid-19, procedimentos eletivos que haviam sido suspensos foram retomados. Todavia, como indica o infectologista e coordenador de assistência hospitalar no HC, Plinio Trabasso, as equipes de atendimento à Covid-19 não foram desmobilizadas e há um planejamento caso haja um aumento da busca. Nas últimas semanas, indica, notou-se um aumento de pessoas que buscaram atendimento com sintomas gripais, mas nem todas eram positivas para Covid-19.
“Temos um monitoramento diário, pelo menos uma vez ao dia fazemos a atualização das informações sobre a quantidade de pacientes que procuram o hospital com sintomas gripais e que podem ser da Covid-19 ou não. O nosso plano de contingência foi desenhado logo no início da pandemia e não diminuímos a mobilização das equipes”, diz.
Atualmente, conforme o infectologista, há duas enfermarias que estão com 14 leitos destinados para pacientes com Covid-19, além de sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para pacientes com a doença. “Se for necessário, já temos o plano para ampliar para mais uma enfermaria, com mais oito leitos, e se for necessário mais uma com nove leitos. Temos também a proposta de suspender cirurgias eletivas, como indicou o Secretário de Saúde do governo de São Paulo. São medidas que vão acontecer caso haja aumento de procura. Há um planejamento e sabemos quais são os próximos passos se for necessário”, explica.