O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, em reunião realizada nesta terça-feira (15), a Proposta de Distribuição Orçamentária (PDO) para 2021. O orçamento projetado da Universidade para o próximo ano é de R$ 2,841 bilhões. O valor é 2,68% maior do que a projeção inicial do orçamento de 2020, que totalizou R$ 2,767 bilhões, e 6,32% maior do que a segunda revisão orçamentária deste ano aprovada pelo Consu, que implicou em uma redução para R$ 2,672 bilhões. O valor aprovado mantém a projeção de despesas de utilidade pública, restaurantes e transporte e de contratos nos mesmos patamares de 2020, frente à possibilidade do retorno das atividades presenciais ao longo de 2021, o que pode ser revisto ao longo do ano. Também inclui a ampliação de cerca de R$ 2 milhões nos programas de apoio estudantil da universidade, principalmente o pagamento de bolsas de auxílio moradia e de auxílio social.
"O Consu aprovou um orçamento que permitirá manter as atividades da Universidade com responsabilidade, reconhecendo o momento difícil que estamos enfrentando. Apesar dessas dificuldades, a Unicamp ampliou novamente o investimento em permanência estudantil, que é um fato que merece ser destacado", avalia Marcelo Knobel, Reitor da Unicamp.
A PDO para 2021 leva em conta a projeção de receitas advindas do Tesouro do Estado em R$ 2,591 bilhões, valor correspondente à quota-parte da Unicamp sobre a arrecadação do ICMS, mais R$ 41,4 milhões advindos de recursos próprios da Universidade. Isso exigirá o suporte de R$ 208,6 milhões da reserva estratégica da Unicamp para complementar o orçamento, sendo que desse total, R$ 79 milhões são referentes a despesas previstas para 2021 e os outros R$ 129,5 milhões correspondem a despesas aprovadas em anos anteriores.
Segundo Francisco Gomes Neto, Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário, apesar dos esforços exigidos por conta da pandemia do coronavírus e as restrições financeiras impostas pela crise econômica decorrente, a Universidade encerra 2020 de forma positiva. "O nosso saldo financeiro, nesse momento, é de cerca de R$ 424 milhões, um pouco melhor que o início de 2020. Ainda haverá uma redução com o pagamento de 13º salário, férias, mas esperamos encerrar o ano com uma folga para pagar as despesas previstas em 2021, para cobrir esse déficit, o que é uma boa noticia. Nossas despesas totais são de R$ 2,84 milhões, mas se excluirmos disso os recursos condicionados, isso é, reduzindo para R$ 2,68 bilhões, cerca de 3% menos em relação às despesas do ano passado, então de fato há uma previsão de redução das despesas nominais em 2021", explica o pró-reitor.
Ele também ressalta que o orçamento leva em conta as incertezas que existem para 2021 do ponto de vista sanitário e econômico e que, por isso, não é possível projetar grandes mudanças para o próximo ano. "Reparamos que houve uma recuperação econômica, mas a manutenção dessa recuperação no próximo ano é uma incógnita. Há propostas de reforma tributária em discussão no Congresso, que podem ter impacto sobre a Universidade, então não é prudente fazermos uma proposta orçamentária muito diferente dessa. A palavra de ordem dessa proposta é justamente a prudência", analisa Francisco Gomes Neto.