As vacinas são um dos maiores legados da história da saúde pública e uma das maiores conquistas desta pandemia.
As vacinas contra a Covid-19 aprovadas pela Anvisa, desde que em quantidade suficiente e distribuídas em massa para a sociedade brasileira, terão papel fundamental na redução das internações, dos casos graves e óbitos causados pela Covid-19.
Como a cada dia se acumulam mais e mais evidências científicas de que, infelizmente, não existe nenhum tratamento medicamentoso comprovadamente eficaz que evite a infecção pelo novo coronavírus ou que impeça a evolução para as formas moderadas e graves, a sociedade brasileira precisa estar devidamente informada do risco que o chamado tratamento precoce pode trazer, levando ao relaxamento nas medidas de segurança, além dos prejuízos à saúde.
É urgente a necessidade de conscientizar a população brasileira para a manutenção das medidas não-farmacológicas de combate à Covid-19, como o distanciamento físico evitando aglomerações, o uso correto de máscaras faciais e a higiene frequente das mãos.
O nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI), integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS), é um marco e um orgulho para todas e todos os brasileiros e um modelo fora do País. A população brasileira sempre aderiu em massa às campanhas de vacinação contra nossas principais doenças, aprendeu a confiar nas vacinas e o Brasil tem uma das maiores taxas de aceitação vacinal em comparação com outros países.
A Universidade Estadual de Campinas acredita no Brasil, acredita que podemos vencer a pandemia, mas está preocupada, enquanto instituição, com a lentidão e o atraso do processo de vacinação em massa no País e a pequena quantidade de vacinas disponíveis hoje. Um atraso ainda maior em campanhas de vacinação em massa contra a Covid-19 pode levar a mais mortes desnecessárias, evitáveis pelas vacinas.
Precisamos de dezenas de milhões de doses de vacinas e de um planejamento estratégico, para que possamos vencer a doença e a ameaça que acomete o País. A ciência nos trouxe as vacinas, deu uma resposta extraordinária em tempo recorde, mas infelizmente temos outra guerra, a da desinformação promovida por inimigos internos que pregam o negacionismo científico, o obscurantismo e defendem o irresponsável movimento antivacinas. Precisamos combater quem defende o vírus e é contra as vacinas.
No mundo todo mais de 64 milhões de doses foram administradas e mais de 32 milhões de pessoas já foram vacinadas. As poucas reações adversas que foram noticiadas aconteceram com as vacinas da Pfizer e da Moderna e em pessoas que já se sabiam ser muito alérgicas. Não há relatos de reações graves às vacinas de outros fabricantes. As vacinas contra a Covid-19 são eficazes e seguras.
As vacinas não protegem apenas o indivíduo vacinado, mas protegem toda a sociedade, protegem todos em seu entorno, protegem a família e todas e todos que não puderem se vacinar por razões médicas. Vacinar é um lindo ato de empatia, de responsabilidade social, de solidariedade, de cidadania, de respeito à vida e um direito de todas e todos.
A população brasileira precisa ser protegida contra a Covid-19, o nosso inimigo é o vírus, não as vacinas. As vacinas salvam milhões de vidas por ano, melhoram nossa qualidade de vida, aumentam nossa expectativa de vida, levando a uma vida mais saudável. Abrace a causa da vacinação em massa. Vamos exigir vacinas para todas e todos no Brasil, distribuídas de forma equitativa e igualitária. Vamos vacinar contra a Covid-19, vamos salvar vidas. Cuide da sua saúde. Cuide da saúde de quem você ama. Vacine-se!
Reitoria da Unicamp
Campinas, 26 de janeiro de 2021